Lula Morais critica acusações do MP ao senador Inácio Arruda

Na sessão plenária desta quarta-feira (09/12), o deputado Lula Morais (PCdoB) rebateu acusações feitas em relatório enviado pelo Ministério Público Federal do Estado de São Paulo à Procuradoria Geral da República, incluindo a construção do Metrô de Fortaleza (Metrofor) entre as 14 obras que têm participação da empreiteira Camargo Corrêa e que apresentam problemas na liberação de recursos.

Segundo o parlamentar, o caso foi veiculado na imprensa e o relatório apresenta o nome do senador Inácio Arruda (PCdoB – CE) como suposto envolvido em processo de corrupção e recebimento de propinas. “A informação vazou para a imprensa e existe a possibilidade de ter sido uma irresponsabilidade, porque os supostos ilícitos aconteceram entre os anos de 1995 e 1998, período em que Inácio não era senador”, disse.

De acordo com Lula, as obras eram comandadas pelo PSDB, tanto no Ceará como em nível federal, e os comunistas faziam oposição ferrenha apesar de terem aprovado os empréstimos no Parlamento, pois eram obras estruturantes para o Estado.

“O PCdoB não tinha nenhum senador naquele período. Elegemos Inácio Arruda em 2006. Mas se formos pensar e vasculhar, neste período havia, sim, um senador Arruda no Parlamento: o atual governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM-DF), envolvido no último escândalo de corrupção do País”, acrescentou.

Em aparte, Fernando Hugo (PSDB) ressaltou que Lula não pode afirmar que o PCdoB “está inteiramente coberto por uma aura celestial e angelical”. Ele salientou que existe uma difusão universal de corrupção dentro dos partidos brasileiros, lembrando que o PCdoB que Lula descreve é o mesmo que dirige a UNE, instituição que recebe recursos e não presta contas. “Acabou aquela mazela de se dizer que a esquerda e o PT eram um reinado de santidade”, afirmou.

Lula Morais respondeu que os membros de seu partido não são santos, nem estão querendo possuir características “celestiais”, mas não são também o que a imprensa está insinuando. “As próprias informações sobre o período nos retiram dessa possibilidade”, garantiu.

Segundo João Jaime (PSDB), estão falando de uma obra no Ceará que foi iniciada em 2005 ou 2006 e, ao mesmo tempo, misturam com contribuição de campanha. “Além disso, misturam senadores, nomes e pedaços de nomes. A Procuradoria Geral da União e a Polícia Federal deveriam dar um esclarecimento maior para que não cometêssemos injustiça, nem deixássemos de fora aqueles que devem ser punidos”, complementou.

Vasques Landim (PR) acredita que é perigoso colocar com veemência que o PCdoB não está na listagem dos partidos que cometem ilícitos. Para ele, Lula conhece as entranhas do partido no Ceará, mas não conhece nos demais estados. Welington Landim (PSB) afirmou que o grande problema é a impunidade, que começa também a partir dos partidos políticos. “Os dirigentes dariam uma grande contribuição se expurgassem esses elementos”, encerrou.

Fonte: Coordenadoria de Comunicação Social da AL