Aracaju terá desfile de afoxés na orla

O bloco Afoxé Omo Oxum realiza neste feriado de Nossa Senhora da Conceição, dia 8, às 19 h, na Orla de Atalaia, o cortejo em louvor a Oxum, Orixá das águas doces cultuado pelas religiões de matriz africana. A programação também inclui a apresentação de componentes do grupo Ilê Aiyê e o desfile do bloco Afoxé Akuéran. A concentração será no farol da Coroa do Meio, às 18h.

O evento, organizado pelo Abaçá São Jorge, tem o apoio da Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA, através da Fundação de Turismo, Cultura e Esportes (Funcaju) e do Governo do Estado. É o quarto ano consecutivo bloco Afoxé Omo Oxum realiza o cortejo na praia.

Segundo a coordenadora do Afoxé Omo Oxum, Sara Lessa, a estimativa é que este ano mais de 2600 mulheres participem do desfile. "A procura está muito grande. Como é um evento gratuito, o apoio da Prefeitura de Aracaju e do Governo do Estado é muito importante", reconheceu.

Sara conta ainda que o cortejo tem como um dos objetivos diminuir o preconceito contra as mulheres negras e a religião africana, que ainda é muito grande. Os abadás serão entregues a partir do dia 5, na sede do Abaçá São Jorge, que está localizado na Rua Mãe Nana, n° 70, Bairro América, das 9 da manhã às 10 da noite.

Sincretismo religioso

Segundo a tradição africana, Oxum é a segunda mulher de Xangô. A ela pertence o ventre da mulher e é por isso que esse orixá feminino controla a fecundidade, sendo profundamente ligado às crianças. Dona das águas doces, Oxum gosta de usar colares, jóias, espelhos, perfumes e assim é considerada a deusa da beleza, da riqueza e da prosperidade. Os fiéis buscam nela auxílio para a solução de problemas na vida financeira e também no amor, uma vez que Oxum é responsável pelas uniões.

Oxum é representada na tradição católica por Nossa Senhora da Conceição, padroeira da capital. Durante as comemorações, representantes do candomblé participam da lavagem das escadarias da Catedral Metropolitana de Aracaju, marcando o sincretismo religioso entre o catolicismo e as religiões africanas.