Sem categoria

Candidato de Michelle faz acenos à esquerda chilena

O senador e ex-presidente Eduardo Frei, candidato da presidente Michelle Bachelet nas eleições presidenciais de domingo que vem (13), fez neste fim de semana acenos à esquerda chilena, de olho em um provável segundo turno, marcado para 17 de janeiro. Em segundo lugar nas pesquisas, ele enfrentaria o direitista Sebastián Piñera, da Coalizão pela Mudança, que encabeça as sondagens.

Frei divulgou um programa na área de direitos humanos que se compromete a anular a lei de anistia legada pela ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990). É uma proposta do Partido Comunista do Chile, cujo candidato presidencial, o ex-0ministro socialista Jorge Arrate, propôs uma frente política para evitar a vitória da direita no segundo turno.

Frei é senador pelo Partido Democrata-Cristão, que forma com o Partido Socialista de Michelle a Concertação Democrática, uma coalizão de centro-esquerda no governo desde o fim da ditadura. Ele também prometeu revogar a chamada lei antiterrorista, usada no governo Bachelet para prender líderes dos índios mapuches que lutam por suas terras ancestrais.

Em pesquisa feitra no mês passado pelo Centro de Estudios Públicos (CEP), Piñera, um multimilionário, figura com 36%, enquanto Frei obtém 26%. Marco Enríquez-Ominami, um ex-socialista que concorre como independente, figura com 19% e Arrate, também originário do PS, lançado pelo PC como verdadeira opção de esquerda, tem 5%.

Acredita-se que o segundo turno será inevitável, apesar da elevada aprovação do governo de Michelle, que chega a 80%. E que todos os votos serão necessários para impedir a volta da direita ao poder. A reação chilena não esconde seus vínculos com a ditadura de Pinochet, mas conserva bases de massa na sociedade. A própria Michelle elegeu-se e reelegeu-se em duras disputas com os direitistas da Coalizão pela Mudança.

Da redação, com agências