Violência: sete cidades do RJ entre as mais vulneráveis do Brasil

Uma pesquisa do Ministério da Justiça apontou as cidades onde os jovens, de 12 a 29 anos, estão mais vulneráveis à violência. Das 266 pesquisadas, com mais de 100 mil habitantes, sete são municípios do Rio de Janeiro.

A constatação é da pesquisa sobre o Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ) divulgada no dia 24 pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública e pelo Ministério da Justiça. Das cidades com elevada vulnerabilidade dos jovens, nenhuma é capital, embora muitas pertençam a regiões metropolitanas. Além disso, embora a maioria dos jovens brasileiros tenha baixo risco e histórico de convívio com a violência, quase um terço desse grupo ainda enxerga esse mal como parte do seu cotidiano.

A pesquisa, que utiliza dados do IBGE, integra o “Projeto Juventude e Prevenção da Violência”. As sete cidades do Rio de Janeiro pesquisadas e indicadas como mais vulneráveis são: Duque de Caxias (15º lugar), Araruama (28º), Cabo Frio (30º), Macaé (33º), Magé (36º), Japeri (41º) e Campos (42º).

Entre os 42 municípios menos vulneráveis, apenas Petrópolis aparece na lista, em 33º lugar. Das 266 cidades, ainda aparecem na lista mais 19 cidades do estado do Rio: Itaguaí (45º), Itaboraí (52º), Belford Roxo (62º), Rio de Janeiro (64º), Maricá (73º), São João de Meriti (76º), Queimados (80º), Nilópolis (82 º), São Gonçalo (99º), Nova Iguaçu (101º), Volta Redonda (116º), Angra dos Reis (127º), Mesquita (131º), Barra do Piraí (134º), Resende (149 º), Teresópolis (187 º), Barra Mansa (190º), Nova Friburgo (203º) e Petrópolis (257º).

A pesquisa também apontou os estados com maior disparidade entre mortes violentas de homens e mulheres. Entre eles estão, Pernambuco (16,5% de homens contra 2,8% de mulheres), Alagoas (19% contra 3,3%) e Rio de Janeiro (13% contra 2,4%). Na "lanterninha" desse ranking estão Rondônia (21,9% contra 8,4%), Mato Grosso (23,1% contra 8,1%) e Maranhão (15,9% contra 6,1%).

A pesquisa revelou que os municípios que menos investem em segurança pública são exatamente aqueles que mais expõem seus jovens à violência. Na prática, constata-se que nas cidades onde a vulnerabilidade juvenil é muito alta a despesa realizada em segurança pública, em 2006, foi de R$ 3.764 por mil habitantes, enquanto os municípios com IVJ baixo aplicaram R$ 14.450 por mil habitantes.

O levantamento apontou também que a faixa etária com maior risco de morte por violência é a de 19 a 24 anos. Usando metodologia criada pelo Laboratório de Análise da Violência, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o IVJ prevê que, em cada cidade pesquisada, 5 jovens morrerão por homicídios antes de completarem 24 anos no Brasil. Na faixa etária de 12 a 18 anos, a estimativa é que 2,38 adolescentes sejam assassinados. Entre 25 a 29 anos, a expectativa é que morram 3,73 jovens em cada município com mais de 100 mil habitantes.

A pesquisa identifica uma relação direta entre violência e participação no mercado de trabalho e escolaridade, uma vez que os jovens de 18 a 24 anos que não realizam funções remuneradas e não estudam formam o grupo no qual o IVJ é mais elevado. O indicador também confirma o “senso comum” de que aqueles que residem em domicílios com assentamentos precários, caso de favelas, são os mais expostos à violência.