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SP lidera ranking de denúncias sobre violência contra a mulher

O estado de São Paulo teve com 87.457 ligações com denúncias na Central de Atendimento à Mulher (Disque 180) neste ano. Outros estados com grande número de queixas são Rio de Janeiro e Minas Gerais. Boa parte das consultas se refere à Lei Maria da Penha.

O estado de São Paulo lidera o ranking da procura pela Central de Atendimento à Mulher (Disque 180) neste ano, com 87.457 ligações, seguido pelo Rio de Janeiro, com 33.844, e por Minas Gerais, com 18.216.

Entre janeiro e outubro de 2009, o serviço registrou 269.258 atendimentos, um aumento de 25% em relação ao total do mesmo período de 2008 (216.035). Desses, 47% foram em busca de informações sobre a Lei Maria da Penha, ou 127.461 atendimentos.

O serviço foi lançado em novembro de 2005. “Embora tenhamos um número de atendimentos muito grande, achamos que ele poderia ser maior dada a violência contra a mulher na sociedade. Uma em cada três mulheres no mundo já sofreu algum tipo de violência”, destacou a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire.

Ela citou pesquisa feita pelo Ibope neste ano indicando que 53% dos entrevistados apontaram a violência doméstica contra as mulheres como o problema que mais preocupa os brasileiros. Em seguida, aparecem o medo de se infectar pelo HIV e a preocupação com uma gravidez indesejada e com o câncer de mama e de colo do útero.

Entretanto, apenas 0,3% dos entrevistados consideram a Central de Atendimento à Mulher o melhor caminho para pedir ajuda em casos de violência doméstica. Em primeiro lugar, segundo a pesquisa, vêm as delegacias. “Mas sabemos que nem todos vão até lá denunciar”, afirmou Nilcéa.

Durante a divulgação do balanço do Disque 180, o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, afirmou que ambas as pastas têm a mesma visão sobre o problema da violência contra mulheres e as repercussões provocadas no campo da saúde.

“Isso remete a uma estrutura de violência contra a mulher histórica e culturalmente legitimada. Precisamos quebrar essa histórica e avançar na conquista de direitos e de uma vida melhor para as mulheres brasileiras. Queremos que as mulheres se sintam seguras com um espaço para denunciar.”

Temporão citou o caso da estudante Geisy Arruda, que foi hostilizada por usar um vestido curto para frequentar as aulas na Universidade Bandeirante (Uniban). Ele considerou "impactante" o dado do balanço do Disque 180 que indica que quase 70% das agressões contra mulheres são diárias. “Isso evidencia que não se trata de episódios isolados”, disse.

Fonte: Agência Brasil