Messias Pontes – Combate incessante às drogas

O crescente consumo de drogas ilícitas (maconha, cocaína e sobretudo o crack) tem merecido atenção especial das autoridades das áreas da saúde e da segurança pública, pois tem gerado mais violência em todo o País. O crack é um subproduto da cocaína e, por ter um preço bem menor, é de mais fácil acesso às camadas de baixa renda.Os seus efeitos são altamente danosos à saúde.

O noticiário policial registra diariamente inúmeros assaltos, em especial nos cruzamentos de vias quando o(a) motorista tem de parar seu carro quando sinal fecha. Quando há reação, geralmente o marginal atira, e sempre mata as suas vítimas. Ele quer o dinheiro para pagar ao traficante sob pena de também ser assassinado. O viciado em crack, em sua grande maioria, é jovem e dificilmente ultrapassa os 30 anos de idade.

Há também as drogas legais que causam danos à saúde quando consumidas excessivamente, como é o caso do álcool, do cigarro e de outras substâncias. No entanto, a droga legal mais danosa é a monopolização da comunicação, a chamada grande mídia Isto porque o veneno que ela destila atinge indistintamente pessoas de todas as idades. Todas são perigosíssimas, porém a mais danosa é a Rede Globo de Televisão. Isto porque, infelizmente, o seu consumo (audiência), embora tenha diminuído muito, ainda é o maior.

A grande vítima dessa droga é a democracia. Isto porque, além de conservadora, ela é venal e golpista. Ela omite, manipula e mente desbragadamente. A história brasileira é prenhe em exemplos. Em meados do século passado, o escritor, historiador e jornalista Gondim da Fonseca já dizia que “o grande mal de São Paulo é o seu jornal e o seu rádio; o grande mal do Rio de Janeiro é o seu jornal e o seu rádio; o grande mal do Brasil é o seu jornal e o seu rádio”.

Naquela época ainda não tinha televisão no País. Quando fez tal afirmação, ele se referia aos veículos e seus paus mandados que, muito bem pagos pela Standard Oil, divulgavam à exaustão o malfadado relatório Link (do geólogo norteamericano Walter Link) enfatizando que no Brasil não havia petróleo. Gondim da Fonseca também chamava essa droga de imprensa sadia. Isto porque os grandes traficantes (o baronato) e os jornalistas e radialistas amestrados e colonizados passavam muito bem com o dinheiro que recebiam.

Essa mesma droga levou Getúlio Vargas ao suicídio, em agosto de 1954; tentou impedir a vitória e a posse de Juscelino Kubitscheck em 1955, fez de tudo para que João Goulart não assumisse a Presidência com a renúncia de Jânio Quadros em 1961, apoiou o golpe militar de 1° de abril de 1964, elegeu Collor de Mello e o Coisa Ruim que quase destruíram o País com o corrupto e criminoso desmonte do Estado, uma verdadeira tragédia nacional, e há sete anos inferniza o governo do presidente Lula, inclusive estimulando um golpe de Estado.

A exemplo das drogas ilegais, essa droga legal (a grande mídia conservadora, venal e golpista) embriaga e entorpece a mente de milhões de brasileiros incautos. Felizmente a maioria já se livrou desse mal ao perceber que os traficantes são altamente nocivos à sociedade.

O maior dos traficantes do último meio de século, dono das organizações Globo, dizia que o seu poder consistia muito menos no que podia dizer e muito mais no que podia omitir. Ele não só omitia, como manipulava, deturpava, ameaçava e mentia desavergonhadamente. Ele passou a eleger e derrotar quem queria. Só n ao conseguiu derrotar Leonel Brizola, no Rio de Janeiro, em 1982. Mesmo assim aplicou uma dose cavalar de outra droga chamada Proconsult para desnutrir a votação do candidato. Brizola, que estava vacinado, usou um remédio profilático ao denunciar ao mundo que estava sendo vítima de uma tentativa de assassinato político.

É oportuno lembrar que na grande campanha das Diretas-Já, em 1984, a droga da famiglia Marinho simplesmente ignorou aquele que foi o maior movimento de massas já visto no Brasil. No comício do dia 25 de janeiro daquele ano, centenas de milhares de pessoas, vestindo amarelo, pediam o fim da ditadura militar e eleições diretas para presidente. Contudo, o famigerado Jornal Nacional anunciava que “uma multidão está nas ruas de São Paulo comemorando o aniversário da cidade”. Foi aí que surgiu o bordão “O povo não é bobo, abaixo a rede globo”

Uma dose exagerada de um fatídico remédio manipulado nos sujos laboratórios da Rede Globo (manipulação da edição do último debate televisivo entre os presidenciáveis Fernando Collor de Mello e Luiz Inácio Lula da Silva) ocasionou a morte da candidatura do campo democrático e popular.

O grande malefício dessa droga é que ela denuncia, julga e condena, alguns à morte como ocorreu no final de 1997 e início de 1998, quando um surto localizado de febre amarela foi transformado em epidemia nacional. Alguns colonistas e jornalistas amestrados prescreveram vacinação para todos, inclusive para quem já estava imunizado. O resultado é que alguns óbitos foram verificados, notadamente em Minas Gerais.

Os exemplos são inúmeros. Porém vale lembrar o que ficou conhecido como o “dossiê dos aloprados”, na última semana de setembro de 2006, quando o presidente Lula tinha uma eleição garantida logo n o primeiro turno. Pois bem, o laboratório da “drogaria” Globo prescreveu a cada hora a repetição do “monte” de dinheiro apanhado com os aloprados do PT pela Polícia Federal, causando uma patologia que levou a eleição para o segundo turno.

Também não é demais recordar o triste desastre com o avião da TAM no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, no dia 17 de julho de 2007, quando morreram 199 pessoas. Uma amestrada que trabalha no laboratório Globo chegou a chamar o presidente Lula de assassino e por isso deveria ser apeado do poder. Para ela, a pista do aeroporto de Congonhas não podia ser liberado porque as “grooving” (ranhuras) da pista não haviam sido concluídas. O fato foi explorado intensamente durante semanas.

Todavia há poucos dias a Polícia Federal divulgou um relatório dando conta de que o desastre ocorreu por falha humana. Os pilotos deixaram um dos manetes (acelerador do motor do avião) na posição errada, ou seja, acelerando. Porém esse fato simplesmente foi ignorado pela droga da mídia.

É oportuno também lembrar o blecaute ocorrido há nove dias, quando 18 estados foram afetados, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro. Os colonistas e amestrados da grande mídia conservadora, venal e golpista, que entendem tanto de Engenharia Elétrica quanto eu entendo de Medicina, deram o diagnóstico acusando o presidente Lula e a ministra da Casa Civil Dilma Rousseff. Ainda ontem esse era o principal assunto, embora pessoas credenciadas para falar sobre o assunto, como o físico Luiz Pinguelli Rosa, neguem tudo o que a oposição irracional e sua mídia vem dizendo.

A ministra Dilma explicitou que houve um blecaute e que não há a menor probabilidade de racionamento, como o que ocorreu várias vezes durante o desastre tucano, notadamente o de 2002, quando houve racionamento de energia durante oito meses, inclusive com punição, como o desligamento de residências e empresas, para quem não observasse a redução do consumo. Além do mais os brasileiros foram roubados em R$ 45 bilhões.

Na época do desastre tucano-pefelista foi deliberado que não haveria investimento na geração e transmissão de energia, até para facilitar a criminosa e corrupta privataria do setor. No governo do presidente Lula houve investimentos vultosos e há energia até sobrando para garantir o crescimento econômico do País. Hoje o sistema brasileiro trabalha com margem de segurança de 95% . Mas a mídia não informa isso. O verdadeiro apagão que se verifica hoje é o apagão da mídia que já virou epidemia.

O principal remédio para curar esse tremendo mal é a democratização da comunicação. Em todos os estados brasileiros os democratas estão debatendo o assunto nas Conferências Estaduais de Comunicação. A do Ceará acontecerá neste final de semana – de sexta-feira a domingo, em Fortaleza.

Na próxima semana voltaremos ao assunto.

Messias Pontes é jornalista e colaborador do Vermelho/CE