Jô é delegada à Conferência Nacional

A deputada federal Jô Moraes (PCdoB/²MG) foi eleita delegada à Conferência Nacional de Comunicação, que acontecerá em Brasília no período de 14 a 17 de dezembro, com o propósito de definir uma política nacional para o setor, com base em três eixos temáticos ampla e democraticamente discutidos e deliberados pelo todo social: meios de produção de conteúdo; meios de distribuição e cidadania: direitos e deveres.

A escolha dos delegados aconteceu no final de semana, durante os três dias de Conferência Estadual de Comunicação que reuniu centenas de representantes dos segmentos empresarial, social e do poder público, na Assembléia Legislativa do Estado de Minas Gerais. Jô Moraes não só participou de todos os dias de reunião, das discussões e deliberações da etapa estadual, quanto das conferências metropolitana e municipais, como as de Lavras, de São José da Lapa e Betim, entre outras.

Propostas

Em seu pronunciamento durante a abertura dos trabalhos, Jô Moraes foi bastante aplaudida ao parafrasear Mao Tsé-Tung (“Deixai que as flores desabrochem e que floresçam as discussões”) desejando que “mil flores floresçam nesta conferência e que possamos construir nossa soberania”. A parlamentar destacou a importância da construção compartilhada como garantia de que a comunicação não será monopolizada por poucos e que teremos o direito à informação plural, honesta, a serviço do projeto de Brasil que queremos, democrático em sua essência”.

Durante a Conferência Estadual de Comunicação, perto de 700 propostas foram elencadas para serem levadas à Confecom e votadas 16 moções. Propostas que atendem aos parâmetros definidos pelos participantes de todas as etapas – desde as plenárias livres, passando pelas conferências municipais e a estadual: a da universalização do acesso, em particular da internet, já que 94% da população brasileira não usufrui do serviço de banda larga, por razão econômica. O acesso a tecnologias alternativas como forma de baratear o custo e levar a internet a todos os municípios e à periferia dos grande centros; do direito a opinar e decidir os conteúdos. E ainda: a questão do controle público dos meios de comunicação e do próprio sinal wireless (espectro de ondas radioelétricas) e o controle social das verbas publicitárias são outras propostas a serem levadas à etapa nacional.

Para Jô Moraes a participação mineira revela a mobilização da sociedade em torno de tema – o que mostra que há muitos incômodos a serem sanados. Ela faz um alerta especial e uma convocação aos setores populares para a necessidade de se chegar a uma unidade de pensamento, já que as diferenças são pequenas. Porque é preciso compreender que estar coeso em torno de metas é fundamental para avançar e vencer, diz. Na conferência estadual o setor empresarial unificado mostrou sua força e fez prevalecer alguns de seus propósitos, mudando até mesmo determinadas regras, como a da própria representatividade, enquanto setores do segmento popular não se entendia em assuntos que no computo geral não se mostraram tão relevantes na temática em pauta.