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Desnacionalização da economia faz Brasil perder US$ 1,88 bi

Na primeira semana de novembro, o Brasil perdeu US$ 1,388 bilhão. Em igual período de 2008, em meio ao estouro da crise, apenas US$ 95 milhões haviam deixado o país. Segundo o Paulo Passarinho, presidente do Conselho Regional de Economia do Rio de Janeiro (Corecon-RJ), o déficit estrutural na balança de serviços (juros, remessas de lucros, fretes, viagens ao exterior) exige juro alto para atrair dólares e fechar as contas externas.

Mas, lembra, juro alto desvaloriza o dólar e estimula as remessas, agravando o déficit externo. "Essa lógica, obriga o país a desnacionalizar sua economia e ajuda a explicar porque, nas crises, quando o real se desvaloriza, melhora o saldo em transações correntes no Brasil", comenta.

O resultado da semana passada, segundo o Banco Central, foi influenciado, principalmente, pelo déficit de US$ 818 milhões da conta financeira, na qual são incluídas as transferências de investidores em Bolsa e títulos de renda fixa, além das remessas de lucros por multinacionais e o investimento externo direto.

"Os investidores aproveitaram a taxação do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) na bolsa para realizar lucros. O elevado grau de desnacionalização da economia leva a um volume de remessas que é uma boçalidade."

Para ele, com a retomada da valorização do real, as contas externas voltam ao perfil de 2007 e 2008, com tendência à diminuição do saldo comercial, enquanto a conta de serviços tende a aumentar o déficit. E lembra que já se prevê déficit em transações correntes de 2% do PIB, em 2010 e de 4% em 2011.

A informação é do Monitor Mercantil