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Globo usa telenovelas para fazer marketing político contra Lula

Que as novelas da Rede Globo nos enfiam spam eletrônico telinha a dentro, isso já sabemos, não é nenhuma novidade. Propagandas que muitas vezes os telespectadores não querem ver — o chamado merchandising, que é quando os personagens, em momentos de descontração, utilizam determinados produtos tendo a marca evidenciada pelas lentes das câmaras.

Por Carlinhos Medeiros, no blog Bodega Cultural

Pois bem, esse tipo de comercial custa uma fortuna as empresa que se submetem a elas a fim de promoverem seus produtos. Agora, o departamento de novelas da Globo resolveu expandir seu mix e está fazendo propaganda contra o governo federal, um verdadeiro trabalho de marketing político pró-tucanos.

Confesso que não sou noveleiro, ao contrário, acho assistir novelas da Globo pura perda de tempo e de neurônios. Elas muitas vezes só ensinam o que não presta às nossas crianças (sempre negligenciadas pela maioria dos pais), mas de vez em quando assisto para poder monitorar o que estão fazendo os cérebros maquiavélicos que produzem as baixarias que o povo está habituado a ver.

Também confesso que não sou conservador. Sou até muito moderninho para o meu tempo, mas digam-me se nas novelinhas ingênuas da Globo, aquelas que costumam passar em horário livre, a partir das 18 horas, não há sempre um caso de relacionamento extra-conjugal, mostrando as delicias que é trair, ser vil, cheio de astúcias e enganos, dentre outras cenas não menos dantescas?

Na novela Caras e Bocas, o pobre Fabiano é enganado pela sua esposa, Ivonete, com um rapaz que finge ser irmão dela e mora junto com o casal, o Adenor. Tudo isso é muito engraçado, ver o "chifrudo" do Fabiano se travestir de mulher para ver se consegue flagrar os dois, e sempre termina ridicularizado. Quantos Fabianos e Ivonetes uma novela como esta não produzirá?

Já na novela Viver a Vida não podia ser diferente. O diretor exagera nas cenas de sexo e traição, transformando-as nas coisas mais banais, e para piorar, estão politizando as pornochanchadas à moda Rede Globo.

Tem sempre um diálogo mostrando o pessimismo da crise econômica, que já passou como uma "marolinha" sem provocar os danos que eles queriam (mas que na novela, os personagens estão tendo problemas homéricos com ela) assim como a gripe suína. Quanto será que Miguel, o médico irmão gêmeo do arquiteto, Jorge, o "certinho", que está prestes a ganhar um par de chifres, não proporcionou de lucros à Rede Globo ao dizer, com a maior cara de tristeza, que a gripe suína está causando muitas mortes no mundo?

Na novela Caminho das Índias, o personagem César, de Antônio Calone, estava sempre vestido com uma camiseta preta com críticas pesadas ao governo. Ideia dele ou dos pauteiros da Globo?

Os novelistas estão mudando os diálogos ou eles estão sendo pautados por Kamel? Oxalá a Rede Record, que reinaugurou recentemente seu departamento de novelas, faça coisa mais proveitosa e inteligente, é disso que precisamos.