Jornalistas do Ceará fecham acordo salarial em tempo recorde

Após a difícil campanha salarial passada, que se arrastou por mais de onze meses (de setembro de 2008 a agosto de 2009), o bom andamento das negociações da atual campanha salarial (2009/2010) dos jornalistas de impresso do Ceará se confirmou.

Negociação Sindjorce

Pelo acordo, construído na última sexta-feira (30/10), durante reunião na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), também estão mantidos todos os direitos da categoria previstos nas cláusulas da Convenção Coletiva de Trabalho 2008/2009.

O resultado da negociação, que durou menos de dois meses, ainda precisa ser aprovado em assembleia no próximo dia 6 de novembro, às 8 horas, na sede do Sindicato dos Jornalistas no Ceará (Sindjorce).

Os profissionais de veículos impressos vão receber o reajuste na folha de pagamento do mês de novembro, retroativo a 1º de setembro. Os trabalhadores também vão receber a primeira parcela do 13º salário.

Reuniões “sem pressão da categoria”

Na próxima semana deverão ser agendadas as primeiras reuniões da Comissão Paritária para discutir cláusulas inovadoras para a categoria, tais como vale refeição diário de R$ 10,00, criação de comissões de saúde nas redações, campanha de sindicalização no âmbito das empresas e oferecimento de cursos de capacitação para os jornalistas.

O preposto do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado do Ceará (Sindjornais), Ramon Esteves, destacou que a comissão paritária, composta por representantes de trabalhadores e patrões, pode evitar tensionamentos futuros, "sem pressão da categoria" sobre as negociações salariais.

O assessor jurídico do Sindjorce, Carlos Chagas, louvou o entendimento entre os dois sindicatos. Segundo ele, agora será possível construir uma relação mais tranquila e efetiva entre os sindicatos laboral e patronal.

Uma nova postura patronal

Para a presidente do Sindjorce, Déborah Lima, o acordo em tempo recorde é resultado de todo um processo de luta, iniciado na campanha salarial passada (2008/2009), quando jornalistas e gráficos deliberaram por uma greve conjunta, fortemente reprimida pelo patronato. Na época, as empresas ameaçaram achatar salários e restringir o direito que os jornalistas têm de não ser demitidos durante os dois anos que antecedem o período da aposentadoria.

Agora, a postura patronal foi bem diferente. Os jornais O Povo, Diário do Nordeste, O Estado e revista Fale! ofereceram a inflação (4,48%) logo na primeira rodada de negociação e aceitaram a reivindicação histórica dos jornalistas de reajuste com ganho real (índice acima da inflação).

Se a assembleia da categoria aprovar o acordo, o valor do novo piso unificado dos jornalistas de impresso (redator, noticiarista, repórter, arquivistapesquisador, revisor, ilustrador, repórter-fotográfico e diagramador) passa a ser de R$ 1.293,00. Para Assessoria de Imprensa, o piso será de R$ 2.259,14.

Também estiveram presentes na última negociação da campanha salarial 2009/2010 o diretor executivo do Sindjorce, Claylson Martins, o delegado do Sindjorce junto a Fenaj, Mirton Peixoto, a coordenadora do Departamento de Assessores de Imprensa do Sindjorce, Ângela Marinho, o economista Reginaldo Aguiar, o advogado trabalhista Carlos Chagas, a auditora fiscal do Trabalho, Jeritza Jucá, o assessor trabalhista do sindicato patronal, Alexandre Nóbrega, e o superintendente Administrativo de Pessoal do jornal Diário do Nordeste, Girlano Gadelha.

Fonte: Sindjorce