Biocombustível: Senado debate uso de óleos vegetais

O Grupo de Trabalho do Marco regulatório dos Biocombustíveis realizou nesta quarta-feira reunião, dentro do seu cronograma, de audiência pública com César Castro, pesquisador da Embrapa, e Cid Jorge Caldas, Coordenador-Geral de Açúcar e Álcool da Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério de Agricultura. O Senador Inácio Arruda coordena o grupo de trabalho

Cesar de Castro chamou a atenção para o potencial de produção de óleo extremamente elevado da palmeira dendê. Segundo ele, para atingir uma posição de liderança mundial na produção de biocombustíveis, o Brasil deveria buscar rapidamente ampliar a área plantada com dendê, que atualmente, de acordo com ele, é "insignificante" quando comparada com países do sudeste asiático como Malásia e Indonésia: “O dendê produz em torno de 25 toneladas de cachos de frutos por hectare, que rendem cerca de cinco toneladas de óleo. Já um hectare de lavoura de soja produz apenas 500 quilos de óleo”, disse.

Com relação ao uso de outras oleaginosas para a produção de matéria-prima destinada à fabricação de biodiesel, César Castro apontou como promissores experimentos de cultivo de girassol desenvolvidos em Roraima. O pesquisador da Embrapa alertou ainda para a existência no país de um obstáculo importante na área de transferência de tecnologia entre as entidades de pesquisa e o setor produtivo. Caso essa dificuldade não seja resolvida, disse, o país poderá não conseguir aumentar na velocidade adequada a escala de produção de biocombustíveis.

Já o coordenador-geral de Açúcar e Álcool da Secretaria de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Cid Jorge Caldas, outro convidado para o debate, recomendou a inserção no marco regulatório de biocombustíveis de um tratamento amplo de toda a cadeia produtiva, e não apenas dos produtos finais, como por exemplo álcool ou biodiesel.

Tratando do cultivo de cana-de-açúcar no Brasil, ele lembrou que o país, de acordo com levantamento do ministério, dispõe de 60 milhões de hectares para novos cultivos, possuindo atualmente apenas 8 milhões ocupados por essa cultura.

Coordenador do grupo de trabalho, o senador Inácio Arruda afirmou que sem produção de energia o Brasil não conseguirá dar passos maiores no sentido do desenvolvimento. “Para isso é preciso participação ativa do estado, ampliando os incentivos. E parte desse esforço podemos fazer, do ponto de vista legislativo”, defendeu. Inácio informou que o cronograma do grupo de trabalho prevê reuniões até dezembro, e que durante esse período os senadores receberão, por meio da página da internet da comissão de Infraestrutura, sugestões e contribuições de pesquisadores e da população.

Fonte: Assessoria de imprensa do Senador Inácio Arruda