São 187 anos, Piauí. E agora?

Piauí completa 187 anos de adesão à Independência do Brasil e a pergunta é: o que falta ?
Por Naruna Brito

Piauí - Reprodução
No dia 19 de outubro de 1822, a Câmara da Vila de São João da Parnaíba proclamava sua emancipação em relação a Portugal, marcando a adesão do Piauí à Independência do Brasil. A data ficou marcada como o dia oficial de aniversário do Estado, apesar de outras duas serem cogitadas: a da Batalha do Jenipapo, ocorrida em 13 de março de 1823, e a alusão à aclamação da Independência pelo brigadeiro Manoel de Sousa Martins, em 24 de janeiro do mesmo ano. Passados 187 anos, o Piauí pode ser de fato considerado independente ou apenas mudou de metrópole?

A visão de Estado mais pobre da Federação ainda persiste, apesar de não ser mais verdadeira. O Piauí já não é o último em renda per capita e nem em IDH, ainda que os contras sejam persistentes. O fim do século XX e o início do XXI trouxeram prós visíveis ao desenvolvimento do Estado.

Um grande exportador de caju, o maior produtor de mel do país, a soja disparando em toneladas produzidas. Fora o material humano. O Piauí tem grandes esportistas, músicos, atores, inventores, teóricos, escritores, jornalistas, políticos, poetas. O Piauí tem uma grande gente, mas que ainda não aprendeu a se aceitar como tal. Uma luta secular pelo auto reconhecimento de que pobreza, fome e seca não são mais majoritárias. Certo que ainda integram nossa realidade, assim como também o crescimento econômico, a queda dos índices de analfabetismo e uma produção cultural em ascensão.

Então, o que falta? Falta a nós, piauienses, declararmos independência dessa mentalidade negativamente humilde. Mais uma vez, não devemos aceitar o pensamento colonial e nos tornarmos coadjuvantes de uma história que também é nossa. 187 anos é tempo mais do que suficiente para o Piauí mostrar qual é o seu verdadeiro lugar no Brasil.