Sem categoria

Apostadores dividem-se sobre candidatos ao "Nobel" de Economia

O anúncio do vencedor do prêmio "Nobel" da Economia 2009 está a suscitar grande interesse na sociedade devido essencialmente à importância dada à economia em ano de crise, surgindo muitas previsões de entidades consagradas e até bolsas de apostas.

Thomson Reuters, a Universidade de Harvard ou a casa de apostas britânica Ladbrokers são apenas algumas das entidades a tentar a sorte na lotaria de nomes apontados para uma escolha que, como em todos os anos, está no 'segredo dos deuses'.

O norte-americano Eugene Fama, considerado o pai da teoria dos mercados eficientes, segue no topo da lista de possíveis vencedores da casa de apostas britânica Ladbrokers, para ser consagrado na segunda-feira com o Prémio em Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, do Banco Central da Suécia.

Eugene Fama, 70 anos e Professor na Universidade de Chicago, tem na teoria dos mercados eficientes o seu mais famoso trabalho. No básico, esta teoria sustenta que os mercados são o melhor mecanismo para determinar o valor de um ativo.

Por sua vez, as previsões da Universidade de Harvard (que se realizam desde 1982) apontam como mais provável vencedor do Nobel Jean Tirole, da Toulouse School of Economics.

O Professor francês de 53 anos tem trabalhos publicados em diversas áreas da economia, com investigações de destaque desenvolvidas na área das finanças, organização industrial e da teoria dos jogos.

Para a Thomson Reuters, o austríaco Ernst Fehr e o norte-americano Matthew Rabin são os candidatos com mais hipóteses de serem os laureados na próxima segunda-feira, por avanços na área da economia comportamental.

Ernst Fehr, 53 anos, é Professor na Universidade de Zurique, na Suiça, e Matthew Rabin, 45 anos, é Professor na Universidade de Berkeley.

O método de previsão da Thomson Reuters é o único com base quantitativa e usa o mesmo método que os cientistas para classificarem quem realizou o trabalho mais influente, que consiste em fazer um ranking dos artigos com mais citações em jornais científicos de topo.

História do prêmio

O Prêmio de Ciências Econômicas, oficialmente denominado Prêmio Sveriges Riksbank de Ciências Econômicas em Memória de Alfred Nobel, foi instituído em 1968 pelo Sveriges Riksbank, o Banco Central da Suécia, e atribuído pela primeira vez em 1969.

Devido ao fato de incluir a dedicatória a Alfred Nobel, é incorretamente referido como Prêmio Nobel de Economia ou Prêmio Nobel de Ciências Econômicas. De fato, não é concedido pela Fundação Nobel, mas sim pago com dinheiro público. As palavras "em memória de Alfred Nobel" é que causam a confusão.

Entretanto, segundo a Academia Real das Ciências da Suécia, o processo de indicação, os critérios de seleção e a apresentação da decisão são conduzidos de maneira similar a dos Prêmios Nobel, e "conforme as regras que regulam a atribuição dos prêmios criados a partir do testamento de Alfred Nobel".

Alguns descendentes de Alfred Nobel, notadamente o seu sobrinho bisneto Peter Nobel, não aceitam que o Prémio de Ciências Econômicas seja referido como um Nobel pois o consideram como uma espécie de "campeonato de relações públicas para economistas" – algo impensável por Alfred Nobel, que desprezava "pessoas para quem os lucros são mais importantes do que o bem-estar da sociedade". Em 1968, decidiu-se que não mais seriam criados prêmios "em memória de Alfred Nobel".

O prêmio valoriza e reconhece dentro da profissão e dá algum impacto para fora aos trabalhos vencedores, estando o valor do prêmio mais relacionado com o seu "enorme impacto midiático", explica o economista João César das Neves. Em 2008, o prêmio foi concedido ao economista norte-americano Paul Krugman.

Veja abaixo a lista de todos os economistas que receberam o prêmio:

2008 – Paul Krugman.
2007 – Leonid Hurwicz, Eric S. Maskin, Roger B. Myerson
2006 – Edmund S. Phelps
2005 – Robert J. Aumann, Thomas C. Schelling
2004 – Finn E. Kydland, Edward C. Prescott
2003 – Robert F. Engle III, Clive W.J. Granger
2002 – Daniel Kahneman, Vernon L. Smith
2001 – George A. Akerlof, A. Michael Spence, Joseph E. Stiglitz
2000 – James J. Heckman, Daniel L. McFadden
1999 – Robert A. Mundell
1998 – Amartya Sen
1997 – Robert C. Merton, Myron S. Scholes
1996 – James A. Mirrlees, William Vickrey
1995 – Robert E. Lucas Jr.
1994 – John C. Harsanyi, John F. Nash Jr., Reinhard Selten
1993 – Robert W. Fogel, Douglass C. North
1992 – Gary S. Becker
1991 – Ronald H. Coase
1990 – Harry M. Markowitz, Merton H. Miller, William F. Sharpe
1989 – Trygve Haavelmo
1988 – Maurice Allais
1987 – Robert M. Solow
1986 – James M. Buchanan Jr.
1985 – Franco Modigliani
1984 – Richard Stone
1983 – Gerard Debreu
1982 – George J. Stigler
1981 – James Tobin
1980 – Lawrence R. Klein
1979 – Theodore W. Schultz, Sir Arthur Lewis
1978 – Herbert A. Simon
1977 – Bertil Ohlin, James E. Meade
1976 – Milton Friedman
1975 – Leonid Vitaliyevich Kantorovich, Tjalling C. Koopmans
1974 – Gunnar Myrdal, Friedrich August von Hayek
1973 – Wassily Leontief
1972 – John R. Hicks, Kenneth J. Arrow
1971 – Simon Kuznets
1970 – Paul A. Samuelson
1969 – Ragnar Frisch, Jan Tinbergen

Fonte: DN – Portugal