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Senado ouve opositor de Chávez que defende Venezuela no Mercosul

O prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, que faz oposição ao Governo de Hugo Chavéz, vai defender o ingresso da Venezuela no Mercosul em reunião na Comissão de Relações Exteriores do Senado, que decidiu convidá-lo para um debate sobre o assunto. Depois de quatro audiências públicas e da leitura do voto do relator da matéria, senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), rejeitando o ingresso venezuelano ao bloco, os senadores decidiram realizar mais uma audiência pública sobre o assunto.

Em entrevista a dois jornais brasileiros, Antonio Ledezma pediu a aprovação do protocolo. Na sua opinião, desta forma a democracia poderá ser melhor assegurada na Venezuela.

A sugestão para ouvir o prefeito de Caracas foi do senador petista Eduardo Suplicy (SP). Suplicy também sugeriu que o embaixador do Brasil junto ao Mercosul, Régis Arslanian, participe do encontro.

O encontro de Ledezma com os senadores poderá ser realizado no dia 22. No dia 29, a Comissão vota o parecer de Jeressiti e o voto em separado prometido por Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo.

Tasso Jereissati afirmou que pode mudar o voto depois de conhecer os argumentos de Antonio Ledezma.

Lucidez para oposição

O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), reforçou a fala do também senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), destacando que até a oposição ao governo do presidente Hugo Chávez já defende a participação daquele país no Mercosul. (Opositor de Chavez defende Venezuela no Mercosul).  "Quem fez o pedido público ao congresso brasileiro foi o prefeito de Caracas, Antonio Ledezma, que é opositor de Chávez na Venezuela", diz o líder.

Para Mercadante, esse posicionamento da oposição deve ser interpretado com lucidez pelos parlamentares brasileiros contrários à participação no bloco, já que o ingresso da Venezuela poderá neutralizar supostas ações populistas e ditatoriais de Hugo Chávez. Além disso, pondera, a integração regional tem como prerrogativa a manutenção da democracia e conta com instituições que sustentam esse regime, como o Parlasul.

Do ponto de vista econômico, por sua vez, Mercadante não tem dúvida de que a iniciativa trará mais benefícios para as empresas brasileiras que mantém negócios na Venezuela. Ele citou, como exemplo, os dados do Ministério da Indústria e Comércio Exterior que apontaram queda de 24,3% para 14,6% no comércio do Brasil com os Estados Unidos, enquanto que a venda de produtos para a América Latina passou a representar 22,2% das exportações brasileiras – a maior parte para a Venezuela – sendo que o Mercosul responde por metade do superávit comercial do País.

De Brasília
Com agências