PMDB pressiona Lula por vice na chapa de Dilma Rousseff

Maior partido da base quer indicar nome para concorrer à Presidência junto com a ministra

UNE - Agência Câmara

O presidente da Câmara e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer (SP), afirmou nesta quarta-feira (7) que as cúpulas de seu partido e do PT se reunirão daqui a duas semanas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para discutir a aliança entre as legendas para as eleições de 2010. O PMDB pressiona o Palácio do Planalto para garantir a vaga de vice na chapa petista, que tem como pré-candidata a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.

O PMDB selou terça-feira (6), durante jantar da cúpula da legenda, a decisão de lançar um nome para concorrer à vice na chapa petista. O partido tenta formalizar até o início de novembro a aliança com o PT e o comando nacional já decidiu que vai indicar um candidato, mesmo com parte da bancada contrária à união com os petistas.

“Tem acordo já para que a vice seja do PMDB ,e no ano que vem, vamos definir o nome”, afirmou Temer. Possível candidato, ele desconversou sobre o tema. “Não sei de onde saiu isso. Nunca falei sobre isso”, afirmou Temer, frisando que o nome só sai ano que vem. “Nós vamos nos encontrar na outra semana após a viagem do presidente para a Bahia para discutir esta questão”, emendou.

Alguns parlamentares peemedebistas que participaram do jantar de terça-feira afirmaram que o lançamento do nome de um eventual vice neste momento seria “prematuro’’ e poderia comprometer a aliança com o PT. A disposição dentro do PMDB é esperar a definição de chapas dos adversários da ministra, especialmente o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), antes de anunciar o perfil do peemedebista que vai estar ao lado de Dilma nos palanques.

O presidente da Câmara é porta-voz da ala governista do partido, favorável à aliança com Dilma em 2010. Parte da bancada, porém, liderada pelo ex-governador de São Paulo Orestes Quércia (PMDB), defende o adiamento da formalização da aliança. O grupo de Quércia quer que o PMDB decida somente no meio de 2010, durante a convenção do partido, se vai compor aliança nacional com o PT ou se poderá apoiar o presidenciável tucano José Serra. Alguns peemedebistas também criticam a pressa na consolidação do apoio a Dilma porque consideram muito cedo para definir alianças estaduais.

“Não sou partidário dessa antecipação toda. Deveríamos ouvir as bases do partido, ter mais segurança’’, afirmou o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN).
Aliado de Serra, Quércia se reuniu com Temer no final de setembro para pedir que ele não se precipite na busca de uma aliança formal do PMDB com Dilma.

Com Agências