Assembleia de jornalistas do Ceará aprova reajuste de 6,75%

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará (Sindjorce) realizou, na manhã desta terça-feira (06/10), uma assembleia com os jornalistas de impresso para analisar a primeira contraproposta feita pelo Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado do Ceará (Sindijornais).

Por unanimidade, os jornalistas recusaram o reajuste de 4,48% oferecido pelos patrões e apresentaram, no mesmo dia, ao presidente do Sindjornais, Mauro Sales, uma contraproposta de reajuste de 6,75% para pisos e salários acima do piso, o que representa um ganho real (acima da inflação) de 2%. A proposta inicial dos jornalistas era 9,9% de reajuste linear (INPC mais 5% de ganho real).A categoria aceitou a proposta do Sindjornais de formação de uma comissão paritária, composta por membros dos sindicatos patronal e laboral, para análise e estudo das cláusulas novas apresentadas pelo Sindjorce, entre elas o vale-refeição de R$ 10,00, a criação de uma comissão de saúde para acompanhar as condições de trabalho nas redações e a campanha de sindicalização dentro das empresas. A comissão analisará ainda o oferecimento de cursos de capacitação para os profissionais, reivindicação antiga dos jornalistas.

A contraproposta das empresas cobre as perdas inflacionárias dos 12 meses que antecedem a data-base (4,44%) e também contempla a renovação de todos os direitos previstos na Convenção Coletiva de Trabalho 2008/2009.

Acordo em tempo recorde

Caso o Sindjornais aceite a contraposta dos profissionais de impresso, a Campanha Salarial 2009/2010 dos jornalistas de jornais e revistas do Ceará será a mais curta dos últimos anos, com a possibilidade de celebração da CCT ainda no mês de outubro. A data-base dos profissionais de impresso é 1º de setembro de 2009.

No ano passado, as manifestações conjuntas dos jornalistas e gráficos por melhores salários foram reprimidas com força policial, liminares proibindo piquetes de greve nos jornais, demissão de dirigentes sindicais e o impedimento do acesso dos líderes grevistas às redações e oficinas.

Nesse cenário de cerceamento às liberdades sindicais, a CCT 2008/209 dos jornalistas de impresso levou quase um ano para ser celebrada. No entanto, todos os direitos da categoria foram preservados, inclusive a estabilidade na pré-aposentadoria, cláusula que as empresas tentam há anos "flexibilzar". Os salários também foram preservados. Em setembro de 2009, os jornalistas receberam um reajuste salarial de 7,15% retroativo a 1º de setembro de 2008.

Resistência e solidariedade de classe

"A rapidez nas negociações salariais em curso é um reflexo da resistência do Sindjorce e do movimento sindical do Ceará durante a campanha salarial passada. É um exemplo concreto de que somente com solidariedade de classe e organização de nossas entidades representativas os trabalhadores avançarão em suas conquistas", avalia a presidente do Sindjorce, Déborah Lima.

Fonte: Sindjorce