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Senadores brasileiros vão discutir sobre situação em Honduras

A reunião extraordinária da Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado corre o risco de virar um embate político entre senadores . De um lado estão os que defendem a política adotada pelo governo brasileiro de proteção ao presidente deposto por golpe militar em Honduras, Manuel Zelaya, e de outro os que criticam a forma como tem ocorrido esta proteção na embaixada. O chanceler brasileiro, Celso Amorim, confirmou participação na reunião para prestar esclarecimentos sobre o caso.

As declarações do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), ontem (28), de que Zelaya estaria usando as dependências da embaixada como “escritório político” repercutiram entre os parlamentares. O presidente da comissão, Eduardo Azeredo (PSDB-MG), disse que “o Brasil perdeu a razão quando permitiu o uso político da embaixada”. Por outro lado, ponderou que não há como o governo brasileiro dar apoio ao governo estabelecido pelos militares, com Roberto Micheletti no poder, uma vez que têm adotado políticas cada vez mais autoritárias.

Uma parte dos senadores da direita, com Azeredo à frente, tem feito uma defesa tímida dos golpistas hondurenhos com o objetivo de tentar desgastar a imagem da elogiada política externa do governo Lula.

Já o líder da base do governo e do PT, Aloizio Mercadante (SP), afirmou que o governo brasileiro adotou uma postura clara de defender a preservação do Estado Democrático de Direito. “Nós não escolhemos que o Zelaya viesse para a embaixada, mas escolhemos princípios e valores dos quais não vamos arredar pé. Não queremos que ele use a embaixada como um comitê político, isso é indevido.”

Mercadante ressaltou que o governo Micheletti está cada vez mais isolado da comunidade internacional, quando recrudesce as medidas de força principalmente com a decretação do estado de sítio e consequentes invasões de veículos de comunicação e prisões indiscriminadas. “Se depender de nosso esforço [senadores que defendem a política do governo brasileiro] vão ficar mais isolados porque eu vou insistir muito hoje em aprovar [no plenário] a declaração que já aprovei na comissão para que seja concluído no Senado”.

A declaração à que Mercadante faz referência trata-se da moção de repúdio aprovada pela Câmara do cerco determinado por Micheletti à embaixada brasileira.

Com informações da Agência Brasil