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Portugal: PS vence legislativas mas perde maioria absoluta

A eleição parlamentar deste domingo (27) em Portugal não seguiu o caminho majoritarioamente conservador das urnas na Alemanha. Mas o PS do primeiro ministro José Sócrates, com "uma política de direita", pagou um preço: perdeu 25 deputados, à direita e à esquerda, e com eles a maioria absoluta na Assembleia Nacional.

Sócrates não adiantou como fará para tentar formar governo. Alegou que primeiro precisa ser convocado pelo presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, conforme o sistema parlamentarista português.

Mas Jerónimo de Sousa, dirigente do PC Português (que concorre pela CDU, Coligação Democrática Unitária, em aliança com o Partido Verde), já adiantou que não fará acordos com o PS. E Francisco Louçã, do Bloco de Esquerda (BE, formado em 1999) disse que "estaremos da oposição, como estivemos".

As declarações prenunciam que o PS continuará buscando apoio parlamentar à direita para governar, especialmente no PSD (Partido Social-Democrata), de centro-direita, que manteve a segunda posição no Legislativo.

O CeDS (Centro Democrático-Social), que faz a oposição pela direita mais incisiva, comemorou o resultado que considerou "histórico". Recuperando-se da derrota de 2005, passou de 12 para 21 deputados.

A esquerda portuguesa, dividida em duas formações, ganhou terreno. O PCP-PV ganhou três deputados e o BE oito, suplantando a votação dos comunistas graças à atração de eleitores desiludidos com o PS. As duas forças não atuam em frente e se hostilizam nos movimentos sociais.

Essa animosidade pôde ser sentida nas análises dos resultados das urnas. Ambas resslataram a quebra dos votos do PS e a perda da maioria absoluta como um feito notável. Porém Jerónimo em sua intervenção de balanço não mencionou o Bloco. E este pôs ênfase na proclamação de que agora "somos a esquerda grande", deixando subentendido que o PCP tenha passado a ser "a esquerda pequena".

A taxa de abstenção subiu para os 39,4%, contra os 35,7% em 2005. Para a CDU, o aumento da abstenção é o resultado do “descrédito causado por mais de 30 anos de políticas de direita”.

Nem bem foram apurados os votos, Portugal já está em campanha de novo, agora para as eleições autárquicas (equivalentes às municipais brasileiras), que acontecem em 11 de outubro. Com elas se encerra o ciclo iniciado em 7 de junho, com a escolha dos eurodeputados.

Da redação, com agências