Gaguim diz que agora é ele quem quer convenção

25/09/09 05h58

Cleber Toledo
Da Redação

O governador Carlos Henrique Gaguim (PMDB) afirmou que agora é ele quem quer que os partidos possam fazer convenção e indicar candidatos na eleição indireta, que espera que ocorra até o dia 10 de outubro. Gaguim afirmou ao CT, por telefone, de Brasília, que disse isso ao presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Ayres Brito, na noite dessa quinta-feira, 24, e também pediu que a votação seja aberta e nominal.

"Agora mudou, eu quero que o TRE [Tribunal Regional Eleitoral] regulamente essa eleição, quero que os partidos indiquem candidatos e quero votação aberta, porque não tenho medo de ninguém", avisou o governador.

Gaguim foi muito o claro sobre os interesses que jogaram dúvidas sobre o processo eleitoral e o atrasaram. "O ex-governador [Marcelo Miranda], seu pai [o ex-secretário estadual de Infraestrutura Brito Miranda], o Eudoro [Pedrosa, ex-secretário estadual e Indústria e Comércio] e o Derval [de Paiva, ex-vice-prefeito de Palmas] ficaram aqui em Brasília tentando nos atrapalhar. Acho que o ex-governador poderia nos ajudar a pagar as dívidas ao invés ficar atrapalhando nossa administração", afirmou o governador.

Segundo informações de bastidores, Marcelo, Eudoro e Derval, principalmente, ficaram esses últimos dias em Brasília tentando apoio, com o objetivo de tentar destituir o deputado federal Osvaldo Reis do cargo de presidente regional do PMDB, como primeiro passo para impedir a eleição de Gaguim. Para isso, estiveram até com o presidente da Câmara Federal, Michel Temer (SP), e com a presidente do PMDB Nacional, deputada Íris de Araújo (GO).

"Não tenho medo deles e quero enfrentá-los na convenção, e vou vencer. Se o ex-governador quer lançar candidato, que lance, não tenho medo de ninguém", afirmou o governador. "Eles precisam ajudar o Tocantins e não ficar atrapalhando. Conclamo que eles deixem que eu possa vir a Brasília buscar recursos para as contrapartidas dos convênios, como um de R$ 200 milhões para Palmas. Porque nem dinheiro para a contrapartida dos convênios nós temos. Parem de atrapalhar o Tocantins, que não pode mais esperar, não pode ser mais prejudicado."

Gaguim afirmou que esteve com os sete ministros do TSE, que concluiu que a Assembleia tem realmente autonomia para realizar a eleição indireta como tinha sido definido pela lei aprovada logo após a destituição do governador cassado Marcelo Miranda. O presidente do TRE, desembargador Moura Filho, também foi a Brasília para se reunir com o presidente do TSE, Carlos Ayres Brito, para quem o órgão do Tocantins agiu com correção ao concluir, com voto minerva de Moura Filho, que a Assembleia tem autonomia sobre a regulamentação da eleição indireta.

O governador disse que visitará Moura Filho nessa sexta-feira, 25, e voltará a pedir ao TRE que regulamente a eleição indireta, incluindo convenção partidária e votação aberta.

Além do governador Carlos Henrique Gaguim, participaram da reunião com o presidente do TSE, o procurador-geral eleitoral Roberto Gurgel, os ministros Félix Fischer e Fernando Gonçalves e o presidente do TRE do Tocantins. Logo após a audiência, Gaguim participou, a convite de Ayres Brito, da sessão solene do TSE em homenagem póstuma ao ex-ministro da Corte José Guilherme Villela.

Projeto
O Projeto de Lei 57/2009, que dispõe sobre a realização de eleições indiretas para governador e vice-governador, foi aprovado pela Assembléia Legislativa no dia 10 deste mês com 18 votos favoráveis e apenas uma abstenção. No dia seguinte, o TRE-TO aprovou, sem ressalvas, as regras para a realização do processo pela Assembleia.

O projeto é de autoria do Executivo e propõe que os deputados indiquem e votem nos candidatos aos cargos de governador e vice-governador do Estado e tem como base as constituições estadual e federal, o relatório do Recurso Contra a Expedição de Diploma (RCED) do ex-governador Marcelo Miranda e de seu ex-vice, Paulo Sidnei, que traz no acórdão, elaborado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a decisão de eleição indireta para escolher os novos representantes do poder Executivo. (Com informações da Secom)

Extraido do site www.clebertoledo.com.br