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Dilma adota tom político para debater pré-sal e critica PSDB

 A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, adotou nesta terça-feira um tom político para defender o novo marco regulatório do petróleo enviado pelo governo ao Congresso, advogando maior participação estatal no setor.

Pré-candidata à Presidência da República, Dilma aproveitou sua participação em um seminário sobre as regras de exploração da camada pré-sal para atacar o PSDB, sigla que deve enfrentar na campanha de 2010.

Na eleição de 2006, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, então candidato à reeleição, também adotou a estratégia de defender uma maior participação do Estado na economia contra seu principal adversário, Geraldo Alckmin (PSDB). "Achamos que ele (novo modelo) é o grande legado para o presente deste país e sobretudo para as próximas gerações. Resgatamos um sentido que nós achamos muito importante, que é o sentido de patriotismo e de comprometimento com o desenvolvimento do país", afirmou Dilma em seu discurso.

A ministra fez críticas às gestões de Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), que, segundo ela, não investia em refinarias para exportar produtos de maior valor agregado e importava plataformas e outros equipamentos para a exploração e produção de petróleo. "Era o padrão anterior. Não concordamos com esse padrão nem mesmo para o modelo de concessão, quanto mais para o de partilha", declarou.

Ao defender a capitalização da Petrobras pela União, ela disparou contra a redução da participação do Estado na empresa ocorrida no passado. "A capitalização da Petrobras é essencial. Infelizmente, no período anterior, o Brasil vendeu uma parte importante das ações preferenciais", disse, acrescentando que a estatal necessita de recursos financeiros para explorar o petróleo localizado na camada pré-sal e já há empresas da China e da Arábia Saudita interessadas na área.

A ministra também rebateu as críticas de que os acionistas minoritários serão lesados pela proposta do governo. "Nós não estamos prejudicando ninguém, porque o minoritário pode exercer seu direito de opção", argumentou.

Dilma justificou a pressa do governo em aprovar as novas regras. Para ela, os empresários só investirão no setor se houver segurança jurídica.

A ministra defendeu também a criação de um fundo para beneficiar o país com os recursos obtidos com o pré-sal. "O Brasil vai sair da pobreza. O que o pré-sal pode permitir é que nós antecipemos essa saída, reduzamos o prazo dessa saída e também asseguremos a todos os brasileiros, aos nossos netos, aos nossos filhos algo que é fundamental: uma educação de altíssima qualidade", sublinhou.