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Zelaya diz que voltou para cumprir vontade do povo

O presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, em comunicação com a Telesur, afirmou que está cumprindo a "vontade de seu povo", com seu regresso a Honduras, nesta segunda-feira (21) de manhã, após 86 dias do golpe de Estado em 28 de junho. Zelaya pediu um "diálogo nacional e internacional" e disse estar na sede da Organização das Nações Unidas, onde pretende se reunir com representantes do governo de fato. Outras informações dão conta de que ele estaria na embaixada do Brasil.

Reistência em Honduras 21/09

Para a Telesur, o mandatário disse que "superou mil obstáculos" durante quatro dias e conseguiu chegar à capital. "Com uma estratégia pacífica para não provocar violência, conseguimos chegar", expressou. Ele disse ainda que dentro de poucas horas iniciaria o diálogo com representantes do governo golpista para negociar a retomada da ordem constitucional.

Zelaya qualificou como "muito importante" o retorno, especialmente durante a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que será levada a cabo esta semana. Zelaya chegou esta manhã a Tegucigalpa e teria se dirigido à sede da ONU neste país, a fim de retomar o poder, diz a Telesur. Já a agência de notícias France Presse informa que ele estaria na embaixada do Brasil. A informação havia sido divulgada pela mulher de Zelaya, Xiomara Castro.

Não posso dar mais detalhes, mas já estou aqui", disse Zelaya, em uma entrevista ao canal 36 da televisão local. "Em alguns minutos concederei uma entrevista coletiva e ali falarei sobre como entrei no território nacional", disse Zelaya. "Estou aqui em Tegucigalpa, estou para buscar a restituição da democracia, para pedir o diálogo", completou.

O vice-ministro do Instituto nacional Agrário, Marco Tulio Cartagena Santos, confirmou a presença de Zelaya no prédio das Nações Unidas. Grande quantidade de membros da resistência ao golpe começou a chegar ao local, para constatar o retorno do presidente. Alguns líderes do movimento indicaram que receberam um telefonema de Zelaya, informando sua localização.

Segundo a Telesur, vários veículos também chegam às imediações do edifício, buzinando. A Frente Nacional de Resistência convocou em caráter de urgência a todos os hondurenhos a acompanharem o mandatário constitucional. Os ativistas pensam estratégias para garantir o direito de Zelaya regressar a seu país.

A vice-chanceler, Beatriz del Valle, declarou: "Vamos todos à sede da ONU para receder o nosso presidente. Estamos em um dia de celebração, de prêmio para o nosso povo que lutou tanto para restituir a democracia".

O presidente da Guatemala, Álvaro Colom, também confirmou que o deposto líder de Honduras está em Tegucigalpa "há horas", e previu que seu retorno "será o fim da crise política" nesse país. Já o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, que foi avisado da investida de Zelaya por telefone, classificou o ato como "heroico". "O povo de Venezuelano se põe de pé, em apoio ao retorno de Zelaya", disse ele, durante o lançamento de um programa.

Apesar das declarações confirmando a presença de Zelaya, o presidente do governo autoproclamado que assumiu após o golpe de 28 de junho, Roberto Micheletti, negou que Zelaya esteja em Honduras, e disse ainda que toda a cúpula militar é a favor da atual administração.

"Ele não está aqui, está em uma suíte de hotel na Nicarágua", disse Micheletti à rádio HRN. "Eu peço tranquilidade à população. Com esta informação, o que querem é gerar instabilidade, desestabilizar o país".

Com Telesur

Atualizado às 16h05

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