Jamil: Temos que mobilizar contra a terceirização da saúde em SP

Durante a reunião da Comissão de saúde da Câmara, realizada nesta quarta-feira, dia 16 de setembro, na Câmara Municipal, o vereador Jamil Murad sugeriu que movimentos sociais, Ministério Público e a população de São Paulo se mobilizem contra o Projeto de Lei Complementar 62/2008 do governador José Serra que “vende” 25% da capacidade de atendimento nos hospitais públicos de São Paulo para paciente particular e de plano de saúde.

“O governo do estado quer entregar três mil e quinhentos leitos para as organizações sociais. Isso é um absurdo. É dar muita estrutura pra pouca gente usar”, criticou Jamil Murad, que é integrante da Comissão de Saúde da Câmara. “Ainda que não consigamos impedir a sanção do PLC é preciso deixar claro pra opinião pública a postura do governo do estado que só vai prejudicar o usuário do SUS”, afirmou.

Os promotores públicos Ana Trotta Yarid e Arthur Pinto Filho também criticaram o PLC. Para Arthur as organizações sociais são uma caixa preta. “Esse projeto é um retrocesso na saúde do país”, sentenciou Arthur. Para o Conselheiro Municipal de Saúde Fábio Souza é hora de mobilização dos conselheiros municipais, trabalhadores e usuários do SUS pela consolidação de um sistema público de saúde. “O PLC do governo Serra não atende a população paulista”, opinou Fábio. Ele convocou a população para participar da caravana em apoio ao SUS que acontecerá nesta semana em São Paulo.

Municipalização da Saúde
Jamil também lembrou que ainda não houve um enfrentamento com os governos tucanos pela municipalização dos leitos em São Paulo. “É preciso colocar o dedo na ferida. Os tucanos se propagam como bons administradores agora querem vender a saúde em São Paulo”, protestou Jamil.

O vereador relatou as visitas que a comissão de saúde tem realizado nos hospitais de São Paulo e que a reclamação por falta de médicos sempre se repete. Ele citou ainda o contingenciamento de cerca de 600 milhões de reais pela prefeitura de São Paulo. “Uma parte desse contingenciamento não poderia ser aplicado para dar melhores condições ao profissional da saúde para que não falte atendimento para a população?”, questionou.

Obama e Serra
“O presidente Obama luta pela aprovação de uma reforma no sistema de saúde dos EUA para estender a assistência à cerca de 50 milhões de excluídos e aqui em São Paulo o Serra quer privilegiar quem já é privilegiado”, citou Jamil.