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 PCdoB consolida presença na Festa do Avante, do PC de Portugal

 Não há festa como esta! Em cada canto de Lisboa se vê o slogan da 33o Festa do Avante organizada pelo Partido Comunista Português. De fato, difícil ver festança como aquela. São esperados mais de 300 mil visitantes (em um país com 8 milhões de habitantes) na verdadeira cidade montada pelos comunistas em um terreno próprio em Seixal, nas margens do Rio Tejo.

Festa do Avante, 2009 - Kerison Lopes

O evento em si começa nesta sexta-feira (4), mas o que acontece nos dias que antecede é algo também que não se vê por aí. A materialização da palavra solidariedade. Centenas de militantes e amigos do PCP trabalham de forma voluntária na construção de toda a estrutura.

Na cidade montada de alvenaria, plástico, ferro, um elemento especial é utilizado, como conta Ângelo Alves, secretário de relações internacionais do PCP: “todas as placas de madeira, todos os materiais tem uma composição química diferente dos outros: tem a solidariedade. É com esta solidariedade que é erguida esta estrutura. O que nos move aqui é a esperança de transformar nosso sonho em realidade”. Ângelo conta que mais de 43 países confirmaram presença e alguns, como o PCdoB, participam também do processo preparatório e constroem seus próprios stands.

Com a experiência acumulada em 33 anos, na Festa, que tem o mesmo nome do semanário editado pelo Partido, parece que tudo é milimetricamente calculado. Todos se desdobram, mas as funções são muito bem divididas. No comando geral, Carlos Martins, chamado de verdadeira “divindade” pelos que o homenageiam com uma placa em um ato improvisado no meio do Convívio das 18 horas, um dos únicos momentos de descanso nos dias de labuta. Em volta das grandes mesas, montadas e recheadas por guloseimas preparadas por mulheres comunistas, jovens e senhores assistem a entrega de uma placa a Martins.

O simpático senhor conta que participa da organização desde a festa inaugural e valoriza a força de cada voluntário. “Este é um exemplo da forca do coletivo, das idéias, o PCP mostra aqui a coerência entre a coerência e pratica”. Outro que constrói a “cidade comunista” desde a primeira é Francisco Longo, que cuidadosamente cuida dos últimos detalhes da alvenaria no stand do PCdoB. Entre uma martelada e outra explica que no cotidiano não trabalha como carpinteiro. “Mas todos estes anos exerço este ofício aqui. Somos todos operários da revolução”. Quando fala a palavra revolução, Francisco remete a contar como foi sua participação no 25 de abril de 1974, em que os portugueses se libertaram da ditadura fascista de Salazar.

Brasil

Pelo terceiro ano consecutivo, o PCdoB terá um stand na Festa. O PT já participa há mais anos e o PCB nas décadas anteriores representava o Brasil. Não só com informações, materiais e troca de experiências políticas os comunistas brasileiros marcarão sua presença. A barraca vai ter muita caipirinha (no ano passado foram vendidas mais de 3 mil), comidas brasileiras, artesanato, camisetas, brindes e muito mais. Tudo preparado por imigrantes que militavam no PCdoB no Brasil e outros que foram filiados aqui na Terrinha.

Todo o espaço ocupado pelos brasileiros foi preparado com seu trabalho próprio. Até o correspondente do Vermelho, ao solicitar uma mesa para trabalhar, recebeu um martelo com as ripas e praticamente uma ordem do “rabugento” Carlos Martins: “Construa você próprio, camarada”. Aliás, todas as pessoas deixam do lado de fora do espaço da Festa seus nomes próprios, todos aqui viram “camaradas”.

De tudo

Além de muita música, esportes, artes plásticas, bebidas, comidas típicas e tudo que se pode imaginar em uma Festa, muitos debates acontecerão durante os três dias. No Palco da Solidariedade do Espaço Internacional o PCdoB participará de um debate sobre “A crise do capitalismo, repressão e militarismo” ao lado do representante do Partido Comunista da Grécia e do Partido Socialista da Letônia.

A abertura oficial da Festa acontece nesta sexta-feira, a partir das 19 horas (15h em Brasília) e contará com discurso de Jerônimo de Sousa, secretário geral do PCP, José Casanova, editor do Jornal Avante! e Seyne Torres, da Juventude Comunista Portuguesa (JCP).
Leia mais sobre a Festa do Avante em www.festadoavante.pcp.pt

De Lisboa,
Kerison Lopes