A direita, a mídi e o pré-sal

Os avanços que o Brasil terá a partir da exploração do petróleo da camada do pré-sal, segundo as modificações propostas pelo governo, ainda estão à caminho e dependem de aprovação no Congresso Nacional.

Concretamente, o que já posto no país é a disputa de opinião sobre o tema, algo que se acirra a partir da decisão da oposição em obstruir as votações e das notícias e artigos veiculados na grande imprensa.

Para não fugir o script da história, as notícias e os artigos divulgados pela grande imprensa buscam legitimar o posicionamento conservador do DEM e do PSDB. A similitude dos argumentos de um e outro sequer são disfarçados pelos tradicionais recursos utilizados nas redações desses veículos.

O esforço em acuar o governo é medido pelo grau de mediocridade utilizado pelos veículos de comunicação e, também pelos jornalistas-articulistas, que não titubeiam em usar os espaços que lhes são cedidos para forjar no cidadão mais desavisado a sensação de que mais um absurdo, originado no Planalto, está prestes a chegar.

Desde segunda-feira (31), o mantra de que o governo Lula lança mão de mais uma medida eleitoreira é repetido. Some-se a isso, afirmações de que os projetos não são revestidos de implicações sociais..

Desde a vitória das forças progressistas com a eleição de Lula, em 2002, a mídia busca criar a síndrome eleitoral, conectando toda ação governamental com supostos interesses dessa natureza. Assim tem sido com os constantes aumentos do salário-mínimo, com a construção de 1 milhão de residências para as classes populares e com as obras desenvolvimentistas do PAC.

Da mesma forma que a direita busca combater a atual gestão do governo federal com a criação de factóides para os quais dá nome de corrupção – prática da qual se tornaram mestres durante o governo FHC -, o seu instrumento de legitimação (a mídia) viu na “questão eleitoral” a saída exclusiva para desgastar o governo.

Assim, os oligopólios de comunicação brasileiros iniciam a semana negando a parte principal do discurso de Lula, quando este apontou o combate à pobreza e investimentos prioritários em educação e saúde como os destinos dos recursos oriundos do pré-sal, e insistem na tática de Goebbels disseminando que o debate principal que a base aliada travou até agora foi quem se beneficiará da medida nas eleições de 2010.

Nada mais hipócrita, uma vez que os mais interessados na sucessão presidencial estão os patrões da grande mídia, que objetivam com a CPI da Petrobrás enfraquecer o governo e entregar, de uma vez por todas, esta empresa e seus recursos nas mãos do capital internacional. E negam, com isso, que se trata de uma conquista do povo brasileiro por meio da campanha “O petróleo é nosso”.

O desespero da oposição e de seus aliados midiáticos, no entanto, tem grande fundamentação. Afinal de contas, “o povo já derrotou a opinião pública” algumas vezes desde a virada da década, como diz Emir Sader citando o editorial de um desses grandes jornais após a reeleição de Lula em 2006.

Enquanto isso, os mais de 80% dos brasileiros e brasileiras que aprovam o governo Lula indicam que a tendência permanecerá e que o poder, cada vez mais, está nas mãos do povo!