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Mujica usa diplomacia para ganhar votos no Uruguai

Depois de se encontrar com Lula em Brasília, o candidato à presidência do Uruguai José Mujica visitará o Chile nesta terça-feira (18) para se reunir com a presidente Michelle Bachelet. Mujica tira partido do predomínio de aliados em governos sul-americanos para reforçar suas chances de vitória na eleição de 25 de outubro, que se anuncia disputada.

O principal adversário de Mujica é o ex-presidente Luis Lacalle (1990-1995), do conservador Partido Nacional (Blanco), que esteve no poder até a vitória da Frente Ampla, a coalizão de esquerda de Mujica, em 2004. Em terceiro lugar, com posições ainda mais à direita, figura Pedro Bordaberry, do Partido Colorado.

A última pesquisa de Equipos Mori, por exemplo, atribui 44% dos votos a Mujica, 34% a Lacalle e 11% a Bordaberry. E projeta um empate técnico no segundo turno, com 46% para Mujica contra 45% para o candidato blanco.

Todas as pesquisas eleitorais mostram Mujica à frente dos dois concorrentes. Mas avaliam também que nenhum candidato alcançará a maioria absoluta dos votos, prenunciando um disputado segundo turno presidencial.

O candidato a vice na chapa da Frente Ampla, o ex-ministro da Economia Danilo Astori, acompanhará Mujica a Santiago, como fez em Brasília. Na semana passada Astori esteve em Buenos Aires, reforçando as articulações internacionais da campanha.

O vice da chapa disputou a indicação como candidato presidencial da Frente Ampla, com uma plataforma de centro-esquerda, enquanto Mujica, um ex-dirigente da guerrilha dos Tupamaros, que passou 13 anos encarcerado durante a ditadura encabeçada pelo pai de Bordaberry, tem um perfil mais acentuadamente à esquerda. A participação dos dois nas viagens internacionais reforça uma imagem de unidade que pode ser decisiva para o resultado das urnas.

Da redação, com agências