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Em Brasília, Zelaya elogia Brasil e critica EUA

O presidente de Honduras, Manuel Zelaya, deposto no golpe de 28 de junho, elogiou o apoio do Brasil para que volte ao cargo. Zelaya desembarcou em Brasília, onde se encontra com presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira (12). Ele também reclamou que os Estados Unidos mostram-se "tíbios" e poderiam fazer mais para pressionar os golpistas.

“Reconhecemos o esforço norte-americano, mas cremos que as ações foram demasiadamente tíbias, não sendo suficientes. Consideramos que o presidente [Barack] Obama pode tomar medidas mais enérgicas nos aspectos econômicos, comerciais, migratórios e mesmo em relação a diversos tratados econômicos que têm com Honduras”, afirmou Zelaya ao desembarcar, na noite de terça-feira.

O visitante recordou que é com os EUA que Honduras mantém cerca de “70% de suas atividades econômicas, culturais, militares e políticas”.
"Minha presença aqui com o presidente Lula e o chanceler Amorim é para buscar estratégias mais enérgicas", afirmou Zelaya, na base aérea de Brasília. O presidente deposto foi recebido na capital brasileira com cerimonial reservado aos chefes de governo, segundo comentou em entrevista à TV Brasil. Ele veio ao Brasil a convite do presidente Lula. Diplomaticamente, o gesto do governo brasileiro demonstra o reconhecimento de Zelaya como o legítimo mandatário hondurenho.

O governo brasileiro, conforme observou o Itamaraty em nota oficial nesta terça-feira, apoia as resoluções da Organização dos Estados Americanos, as declarações do Mercosul, da União das Nações Sul-americanas (Unasul) e do Grupo do Rio, “na perspectiva de um retorno pacífico e imediato do presidente Zelaya”.

Desde que foi deposto por militares e enviado a Costa Rica em 28 de junho, Zelaya tem tentado retornar ao seu país. Embora o golpe tenha sido condenado por todo o continente e por organismos internacionais, o governo de fato liderado pelo presidente Roberto Micheletti insiste em negar o retorno de Zelaya.

O atentado à democracia em Honduras recebeu o repúdio unânime de todas as nações do mundo, inclusive da Casa Branca. No entanto, há indícios de envolvimento de setores políticos, diplomáticos e empresariais dos EUA na sustentação do governo dos golpistas.

Da redação, com agências