Obama: 'Não posso apertar um botão e restituir Zelaya'

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, reafirmou nesta sexta-feira (07) seu apoio ao chefe de Estado derrubado de Honduras, Manuel Zelaya, mas destacou que, apesar dos esforços de seu país, não pode "apertar um botão e reinstaurá-lo". Nos últimos dias vazou para a imprensa um ambígua carta do Departamento de Estado, afirmando que Washington apoiaria a democracia hondurenha, mas não Zelaya.

Numa conversa com jornalistas na Casa Branca, Obama classificou como irônico o fato de "alguns que criticaram a ingerência dos EUA na América Latina estarem reclamando agora que o país não está interferindo suficientemente" no caso.

"Não posso apertar um botão e de repente reinstaurar o senhor Zelaya", disse Obama, ao reiterar que, desde o golpe de 28 de junho, os Estados Unidos foram "muito claros" ao afirmarem que era "ilegal".

"Apoiamos plenamente as mediações do presidente (costarriquenho Óscar) Arias e queríamos que (Zelaya) pudesse retornar pacificamente para continuar seu mandato", afirmou Obama, que defendeu uma resposta em um "contexto internacional", porque os EUA são "um só país entre tantos".

Os Estados Unidos reconheceram Zelaya como o governante que foi democraticamente eleito em Honduras e, "apesar do fato de que o presidente Zelaya muitas vezes é muito crítico às políticas americanas, dissemos que deve permanecer" no cargo, disse Obama.

Ao se referir aos que alegam que os Estados Unidos fazem o que querem na América Central, disse: "Lembraria que parte da mudança de atitude em direção à América Central é que trabalharíamos em aliança com outros países e não ditaríamos o que ocorre com nossos vizinhos. Isso é o que estamos fazendo".

Enfim, a missão da OEA

A Organização dos Estados Americanos (OEA) infomou que uma comissão, formada pelos chanceleres da Argentina, México, Canadá, Costa Rica, república Dominicana e Jamaica, viajará na próxima terça-feira para Honduras, em uma nova tentativa de achar uma saída negociada para a crise no país.

O secretário geral da entidade, José Miguel Insulza, acompanhará a missão, que buscará "promover o restabelecimento da ordem diplomática". A OEA, que suspendeu Honduras após o golpe, quer que o governo de fato aceite a tal saída negociada que inclua o retorno de Zelaya ao poder, a anistia política e o adiantamento das eleições previstas para novembro.

Com EFE e Página 12

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