Dengue diminui 73% no Estado no primeiro trimestre

Estado registrou diminuição dos casos nos primeiros meses deste ano, mas fim das chuvas pode elevar a incidência

Os casos de dengue no Ceará caíram 73% no primeiro trimestre deste ano. Essa é a principal constatação do balanço parcial da doença, divulgado, na última segunda-feira, pelo Ministério da Saúde. Os números mostram que o Estado registrou 6.922 notificações de dengue nas primeiras 15 semanas de 2009 (1º de janeiro até 11 de abril), contra 25.633 em igual período de 2008.


 


Mesmo com essa redução, o Ceará ocupa a segunda posição entre os estados nordestinos em número de casos de dengue, perdendo apenas para a Bahia, que acumula, no período do estudo do Ministério da Saúde, 56.135 casos, um aumento de 226,95% frente aos resultados do mesmo período do ano passado. Em todo o Nordeste, já foram registrados 73.043 casos em 2009. Em todo o País, já são 226.513.


 


O coordenador de Promoção e Proteção à Saúde da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), Manoel Fonseca, considera os dados preliminares de 2009 “positivos”, mas alerta que, para a manutenção da tendência de redução dos casos, é necessário não dar trégua ao mosquito Aedes aegypti, o transmissor da doença.


 


Fonseca esclarece, no entanto, que é natural depois de uma epidemia, como a registrada em 2008, um menos número de casos serem notificados no ano seguinte. “Em 2008, houve uma grande mobilização dos órgãos públicos e da população para eliminar os focos do mosquito”, destaca. Com o fim das chuvas, ele diz que existe uma tendência natural de aumento do número de casos da doença no Estado. Para evitar que isso aconteça, no próximo dia 28, o Comitê de Combate à Dengue vai avaliar se realiza ou não uma borrifação preventiva na Capital e nos municípios onde já foi dado alerta da doença, a exemplo de Canindé e também de Brejo Santo.


 


Municípios continuam em alerta devido às chuvas


 


Embora o Ceará tenha apresentado uma redução de 73% nas notificações, alguns municípios continuarão em estado de alerta por conta das chuvas. Até a semana passada, foram registrados 8.056 casos suspeitos de dengue em 184 municípios. O número de pessoas com diagnóstico positivo da doença, no entanto, chega a 2.719 casos em 79 municípios cearenses, segundo o boletim da semana passada, divulgado pela Secretaria de Saúde do Estado (Sesa) no último dia 8.


 


De janeiro até a semana anterior, foram notificados 33 casos suspeitos de febre hemorrágica da dengue (FHD), mas somente cinco foram confirmados até o momento. O número de óbito também permanece inalterado, apenas uma vítima em 2009. No ano passado, a FHD causou a morte de 18 pessoas. A Sesa continua investigando oito casos suspeitos de dengue hemorrágica procedentes dos municípios de Fortaleza, Aquiraz, Caucaia, São Gonçalo do Amarante, Tamboril e Monsenhor Tabosa. Este ano, também foi identificado quatro casos com diagnóstico de dengue com complicação.


 


A Capital cearense registrou 2.305 casos de dengue clássica este ano e continua investigando mais 483. Messejana é a área com maior infestação do mosquito Aedes aegypti, com 126 casos confirmados. Do total de casos já confirmados em Fortaleza, 1.125 são homens e 1.180 são mulheres.


 


A faixa etária com maior incidência de casos de dengue é entre os 20 e 34 anos de idade, com 735 ocorrências positivas do tipo mais simples da doença. A segunda categoria são as crianças de dez a 14 anos. Essa faixa etária possui 302 casos em 2009. Os idosos, com mais de 80 anos, apresentam os menores índices da doença. Apenas oito casos.


 


Índice de infestação na Capital está abaixo de 0,5%


 


A diminuição dos casos de dengue em Fortaleza em 2009 é resultado de um conjunto de esforços do poder público e da população. A afirmação é do secretário Municipal de Saúde (SMS), Alex Mont’Alverne, ao comentar o balanço da doença divulgado pelo Ministério da Saúde.


 


As estatísticas da pasta municipal revelam outro dado animador. De cada 200 imóveis da Capital vistoriados pelos agentes sanitaristas, apenas um apresentou a larva do mosquito. Atualmente, o índice de infestação do Aedes aegypti está abaixo de 0,5%.


 


Alex Mont’Alverne avalia, ainda, que a queda na incidência dos focos do mosquito em Fortaleza só foi possível com a adesão da população. “99,5% dos fortalezenses fizeram o controle do Aedes aegypti dentro de casa”, ressalta o secretário de Saúde.


 


No período das chuvas, ele diz que os esforços para evitar a proliferação do mosquito devem ser maiores. “Quando tem muita chuva, as águas varrem as larvas para os bueiros e córregos, mas quando as precipitações diminuem, as larvas se desenvolvem e teremos novos casos da doença na Capital em 2009”, pondera Mont’Alverne.


 


O secretário diz que ninguém pode baixar a guarda. “O combate tem que ser feito todos os dias”, salientou. Nesse sentido, todos os sábados as Secretarias Executivas Regionais da Prefeitura estão mobilizando profissionais, em mutirões de controle e prevenção da dengue em vários bairros da Capital. Os profissionais promovem vários tipos de atividades na comunidade, como a realização de exposições educativas, prestação de serviços de saúde, como vacinação, e distribuição de material informativo. “A mobilização social tem sido um dos pontos fortes para a queda dos casos de dengue em Fortaleza”, disse.