Aniversário de Fortaleza no ritmo de Patativa

O poeta de Assaré foi homenageado com teatro, música e poesia no aniversário de 283 anos de Fortaleza. Câmara Municipal realiza hoje sessão solene em referência à data

De gaiato, o sol não apareceu para homenagear Fortaleza no aniversário de 283 anos, comemorado ontem. E olhe que era um convidado esperado, inclusive para um concerto de sanfona no Passeio Público. A estreia do projeto Sol Maior durante a semana, que saudaria com música o pôr-do-sol, acabou cancelada. Mas na Praça do Ferreira, a chuva fina do fim de tarde não impediu o público de acompanhar as atividades culturais previstas pela Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor).


 


O espetáculo teatral “Pratativando” abriu a programação que homenageou, além da cidade, o poeta Patativa do Assaré. No palco, o personagem Mateus, figura típica do reisado, fazia graça e poesia. O tom alegre da comemoração agradou o professor José Maria dos Santos, 65, que foi ao Centro para consertar uma máquina e resolveu ficar na praça. “Nós estamos precisando mesmo de momentos alegres, para esquecer a violência, essa crise”, diz.


 


Para a dona de casa Ana Cleide Silva, 36, “só faltou o bolo” para a festa ficar completa. Mas, para a cidade, há “um pouco a comemorar e muito a desejar: transporte para os bairros distantes, os buracos, mais saneamento”, cita.


 


O sobrinho-neto de Patativa do Assaré, Gildário do Assaré, e os DJs do projeto “Poeticativa do Assaré” também se apresentaram ontem na praça do Ferreira. Uma sessão gratuita do documentário “Ave Poesia”, de Rosemberg Cariri, encerrou as atividades no Centro Cultural Sesc São Luiz. O filme narra a vida do poeta, que teria completado no mês passado 100 anos de vida. No domingo à noite, shows na Praia de Iracema abriram as comemorações. Hoje, a partir das 9h30, será realizada sessão solene em referência aos 283 anos de fundação de Fortaleza na Câmara Municipal.


 


Estátuas vivas


Ainda na praça do Ferreira, estudantes do Colégio Agnus foram ontem “estátuas vivas”. Elas representavam e davam informações sobre personalidades de destaque na história de Fortaleza, como a escritora Rachel de Queiroz.


 


O banco da opinião pública, onde os intelectuais de Fortaleza costumavam debater os assuntos da cidade, e a farmácia do boticário Antônio Ferreira Rodrigues, que deu nome à praça, também tinham réplicas feitas pela escola.