Contra a criminização das mulheres e pela legalização do aborto

Cerca de 5 mil mulheres, segundo a organização do evento, participaram neste 8 de março da passeata pelo Dia Internacional da Mulher. O ato foi marcado por dois eixos: a luta contra a criminalização de mulheres e pela legalização do aborto.

Representantes de entidades de mulheres, sindicatos, partidos e políticos e organizações populares fizeram duras críticas à postura retrógrada da Igreja e destacaram a importância de barrar uma CPI do aborto que está sendo gestada no Congresso Nacional. “Congresso, congresso, a CPI é um retrocesso” foi uma das palavras de ordem mais ouvidas durante a passeata, que saiu do Paraíso e dirigiu-se ao Monumento às Bandeiras, no Ibirapuera, popularmente conhecido como “Deixa que eu empurro”. No final, manifestantes de diversas entidades subiram no monumento levando faixas pedindo a legalização do aborto e cartazes com fotos e nomes de mulheres que estão sendo processadas por terem praticado aborto ou que morreram em decorrência das péssimas condições de abortos clandestinos.


 


A representante da Secretaria Estadual da Mulher do PCdoB, Olivia Rangel, afirmou em seu discurso que “o partido, que defende em seu programa a legalização do aborto como direito democrático das mulheres à autonomia sobre o próprio corpo e o livre exercício dos direitos sexuais e reprodutivos, solidariza-se com a criança violentada e sua mãe, com a equipe médica e as entidades feministas que se envolveram no episódio e conseguiram garantir um direito humano de uma criança, aliás amparado por lei. E posiciona-se contra a criação da CPI do aborto em Brasília.


 


Outro eixo da passeata foi a crise que assola o mundo capitalista e que já bate às nossas portas. Vários pronunciamentos deixaram claro que o povo e as mulheres não pagarão o preço desta crise. E defenderam a valorização do trabalho da mulher, que compreende garantia de acosso ao trabalho em condição de igualdade de direitos na lei e na vida, salário igual pára trabalho igual, registro em carteira, entre outras reivindicações.


 


A União Brasileira de Mulheres teve participação destacada durante o ato, com faixas e cartazes sobre a crise e exigindo a legalização do aborto, com palavras de ordem como se podemos parir, podemos decidir. Rozina de Jesus, coordenadora estadual da entidade, destacou que as mulheres ainda têm muito porque lutar, contra os preconceitos e o fundamentalismo religioso e por um estado laico.


 


Este 8 de Março representou um avanço na politização do movimento, ao se fixar em dois eixos fundamentais da luta pela emancipação feminina, o direito ao aborto e a luta contra a crise econômica. Também avançou na unidade das entidades e organizações sociais que participam do movimento,  com  palavras de ordem e reivindicações comuns.


 


As entidades e movimentos dirigidos pelo PCdoB marcaram presença, como a CTB, a Unegro e a Facesp. O movimento estudantil também participou com destaque, com discurso da presidente da UNE, Lucia Stumpf.


 


De São Paulo