Bahia: Ministra Nilcéia Freire defende equidade de gênero no poder

A celebração do Dia Internacional da Mulher, 8 de março, já começou na Bahia. Na tarde desta terça-feira (3/3) o Centro Cultural da Câmara de Vereadores de Salvador recebeu a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da

“As mulheres precisam ocupar os espaços de poder para mudar e equilibrar as relações na sociedade brasileira”, falou Nilcéia Freire para um auditório lotado de mulheres. A ministra lembrou que apesar de não está nas instâncias decisórias, a mulher é parte fundamental no desenvolvimento da democracia no Brasil, pois é maioria entre as eleitoras e nos movimentos sociais.


 


Para Nilcéia, uma maior representação feminina nos espaços de poder é uma questão de cidadania no Brasil e não apenas um direito das mulheres. “Toda a sociedade precisa entender que as reivindicações femininas não visam apenas a conquistas para as mulheres, mas o desenvolvimento de todo o país. A sub-representação nestes espaços é um problema da democracia brasileira acima de tudo. Não são apenas as mulheres que têm poucos representantes, mas também os negros, os índios e os homossexuais, por exemplo”, ressalta.


 


CPI do aborto


 


Em resposta à pergunta secretaria da Mulher do PCdoB na Bahia, Julieta Palmeira, a ministra falou ainda sobre falta de propósito da Comissão Parlamentar de Inquérito que pretende investigar o aborto.”Esta CPI é esdrúxula. Ninguém sabe exatamente o que ela vai investigar. É uma manobra de uma bancada conservadora, que tem provocado até um certo retrocesso no Congresso Nacional. A instalação desta CPI foi questionada até por deputados que não defendem uma legislação mais avançada sobre o aborto, devido à sua falta de propósito”, declarou Nilcéia. Para a ministra, o tema ainda gera muita polêmica, mas precisa ser discutido por toda a sociedade.


 


Observatório da igualdade de gênero


 


Durante o evento, a ministra anunciou também o lançamento, no dia 8 de março, do Observatório Brasil da Igualdade de Gênero. O site terá o papel de discutir a legislação brasileira, acompanhar as políticas públicas e promover e debate sobre os direitos das mulheres.


 


Na militância por estes direitos há muito tempo, Clara Charf  fez questão de participar do debate. “Comecei a militar na época em que as mulheres não podiam nem sair na rua sozinha. Hoje a luta é por uma participação maior nos espaços de decisão, mesmo em um país onde somos maioria nas universidades e no movimento social. Precisamos reverter este quadro e encontro com este são muito importantes para fortalecer a luta”, disse Clara Charf.


 


A participação da mulher nos espaços de poder estará em pauta outra vez na próxima segunda-feira, 9 de março, quando a Câmara Municipal promove uma Sessão Especial pelo Dia Internacional da Mulher. De acordo com a líder da oposição da Câmara de Vereadores de Salvador, Aladilce Souza (PCdoB), esta questão vem sendo discutida constantemente pela Comissão de Mulheres da Câmara. “Lugar de mulher é no poder é o slogan que estamos trabalhando nos últimos anos em Salvador. Este tema e o combate à violência doméstica são as principais bandeiras de luta da bancada feminina“, concluiu.


 


Março Mulher


 


O projeto Março Mulher, organizado pela Secretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi) e o Conselho Estadual de Desenvolvimento dos Direitos da Mulher (CDDM),  terá uma série de atividades, que inclui um show com a sambista Leci Brandão, marchas pelas ruas, oficinas, seminários, exposições fotográficas e muitos outros eventos em diversas cidades baianas.


 


A programação está alinhada com a  campanha nacional “Mais Mulheres no Poder. Eu assumo esse compromisso”, lançada pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR), junto com o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e o Fórum Nacional de Instâncias de Mulheres de Partidos Políticos. O objetivo da campanha é estimular a ampliação da participação feminina nos cargos de decisão dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, nos partidos políticos, empresas públicas e privadas, no movimento social, além de promover a participação igualitária, plural e multirracial nestas instâncias.


 


 


De Salvador,


Eliane Costa