Obama: 'chegou o momento de abrir os olhos'
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, afirmou nesta terça-feira (24), em seu discurso “O Estado da Nação”, que “chegou o momento de abrir os olhos” e assumir a responsabilidade pelo futuro do país diante da crise econômica. Em sua primeira apa
Publicado 25/02/2009 00:37
Ele assegurou que o dinheiro em bancos estão seguros e pediu leis mais fortes para controlar a especulação e o sistema financeiro dos Estados Unidos. Obama foi aplaudido de pé pelos deputados e senadores por mais de dez minutos.
“Nossa economia está debilitada e nossa confiança, abalada”, afirmou. “Vivemos tempos difíceis e inseguros, mas, nesta noite, quero que todos os americanos saibam o seguinte: vamos nos reconstruir, vamos nos restabelecer. Os Estados Unidos sairão mais fortalecidos.”
“Não é ajuda a bancos, é ajuda às pessoas”, assegurou ele ao justificar a ajuda aos bancos. “Não gastaremos um centavo para ajudar investidores de Wall Street se isto não tiver a intenção de salvar a economia e ajudar os pequenos proprietários de negócios”, afirmou.
Ele classificou o crédito como “vital” para a economia, e afirmou que se os bancos não voltarem a emprestar dinheiro no curto prazo, o fim da crise estará longe. Ele prometeu um fundo estatal para conceder empréstimos para pagamento de dívidas de estudos ou de automóveis. O governo deve garantir também que os maiores bancos tenham liquidez para emprestar dinheiro em tempos difíceis.
A respeito das contas públicas, Obama prometeu contas atualizadas e disponíveis pela internet a todos os cidadãos. “O governo não vai mais esconder o preço das guerras”.
Em seu pronunciamento, iniciado às 21h20 locais (23h20 de Brasília), Obama disse que “o que é preciso agora é que este país se una, que enfrentemos com ousadia os desafios que encaramos e sejamos responsáveis por nosso futuro mais uma vez”.
Pacote de ajuda
Obama culpou a situação econômica herdada, com “um déficit de US$ 1 trilhão, uma crise financeira e uma recessão muito cara”.
Entretanto, ponderou que a responsabilidade da crise foi “de todos”, segundo ele. “Nossa economia não entrou em queda da noite para o dia, nem todos os nossos problemas começaram quando o mercado imobiliário quebrou ou a Bolsa de Valores afundou. Nós os regulamos para gastar mais dinheiro e acumular mais dívida, como indivíduos ou como Governo, como nunca antes”.
O presidente prometeu que as medidas que começou a iniciar surtirão efeito. Entre elas, mencionou o plano de estímulo econômico avaliado em US$ 787 bilhões e o plano de resgate financeiro, assim como sua iniciativa para ajudar os proprietários de imóveis.
Ele também pediu ao Congresso que lhe apresente em breve propostas para elaborar a reforma do sistema regulador.
Na quinta-feira, ele apresentará seu primeiro projeto de orçamento, que, segundo ele, “refletirá a dura realidade” econômica atual e disse que os legisladores, tanto republicanos quanto democratas, e ele mesmo, terão que “sacrificar algumas prioridades muito meritórias para as quais não há dinheiro”. Obama prometeu cortar pela metade o déficit fiscal, de US$ 1,3 milhão, em quatro anos.
Para isso, disse que cortará em contratos sem licitação pública na Guerra do Iraque ou os investimentos em projetos de Defesa que “se arrastam desde a Guerra Fria”. Assim, afirmou: “Já identificamos US$ 2 trilhões em economias ao longo da próxima década”, afirmou.
Diante da prioridade econômica, a política externa mal coube no início do discurso. O presidente afirmou que apresentará em breve uma proposta para acabar a Guerra do Iraque “de maneira responsável”.
“Com palavras e atos, estamos mostrando ao mundo que começou uma nova era”, afirmou o presidente americano.
A economia concentrou a maior parte do discurso e ele matizou sua mensagem sobre a complicada situação econômica com uma nota de otimismo, ao afirmar que “reconstruiremos, nos recuperaremos e os Estados Unidos sairão mais fortes do que antes”.
O tradicional pronunciamento é usado para que o chefe do Executivo apresente aos congressistas suas principais propostas para o ano que se inicia.
Com informações da Agência Estado