Tocantins: Resolução do CE aprovada em 7 de fevereiro
No último dia 7 o Comitê Estadual do Tocantins fez um balanço do ano de 2008 e apontou perpectivas paridárias para 2009. Lembrou também a preparação para o embate de projetos de nação para 2010 em forças neste momentos presemte no centro de poder feder
Publicado 21/02/2009 15:50 | Editado 04/03/2020 17:22
O fim do bipartidarismo quase 30 anos depois.
Reunião do Comitê Estadual do PC do B-TO em 7 de fevereiro de 2009.
Quase 30 anos após o fim da ditadura militar Tocantins viveu sua primeira eleição municipal na qual mais de dois partidos, bloco ou coligação disputam de forma competitiva a prefeitura das principais cidades. A ARENA e o MDB não eram partidos, os militares para disfarçar o caracter anti-democrático do seu regime político aceitavam que os mais moderados oposicionistas se organizassem em um bloco que se tornou conhecido como MDB, neste bloco se juntaram trabalhistas, socialistas, nacionalistas democráticos e comunistas, primeiro os ligados ao PCB e posteriormente, o PC do B. Na ARENA( Aliança Renovadora Nacional) se juntaram os civis que defendiam o regime e militares com mandato, também com diversas matizes ideológicas, dos radicais de direita aos que acreditavam no dialogo. O certo é que convencionou-se chamá-los de partidos principalmente no pós-ditadura, à época ARENA e MDB.
Tocantins o mais jovem ente federado da República viveu desde sua primeira eleição em um cenário político em que apenas duas forças lutavam pela hegemonia. A UT( União do Tocantins) capitaneada por Siqueira Campos teve seu ápice nas eleições de 2000 quando elegeu 130 dos 139 prefeitos de estado, além de ter 2/3 da Assembléia Legislativa e toda a bancada federal do estado 8 Deputados e 3 Senadores, apenas PMDB, PT, PC do C, PPS fizeram oposição em 98. Siqueira coordenava, a mão-de-ferro um bloco de mais de 20 partidos sem preconceito ou radicalismo com relação a cor ou bandeira desde de que a palavra final fosse dele, tanto que aceitou o apoio dos comunistas do PC do B em sua primeira eleição, apoio recusado pelo PMDB de José Freire. O único partido registrado deste 88 na Justiça Eleitoral que nunca fez parte da UT é o PT, até 2008, por sua política nacional de lançar candidatos, vontade regional nunca faltou. O declínio da UT começou com a eleição de Lula em 2002, com a esquerda no governo central os métodos arbitrários siquerianos não poderiam ser repetidos, coube então ao seu herdeiro politico Marcelo Miranda usar um método siquerista mais simples, migrar para um partido de centro-base em todos os governos, o PMDB. Só que para além disso, era preciso afastar-se de seu aliado principal para ganhar apoio de Presidente Lula que ficou as escuras durante carreata de campanha em 2002 em Palmas. Não se sabe o caráter técnico do apagão, o certo é que Lula não viu o povo de Taquaralto e Aurenis e ficou chateado com a recepção. O afastamento do governador de seu antecessor foi o mais duro golpe sofrido pela UT.
Os herdeiros tocantinenses do MDB por sua vez tiveram em 88 um candidato mais conservador que o Coronel Siqueira, José Freire recusou apoio de setores e personalidades de esquerda do tocantins por puro preconceito. No caso do PC do B por conta de divergências internas no MDB recorrentes ao tempo (de 79 a 86) que os comunistas militavam no MDB e disputavam diretórios contra os ruralistas tipo Freire. Outro motivo teria sido discussões com o deputado comunista goiano Aldo Arantes durante sessões da comissão de reforma agraria da Constituinte de 88. O certo é que apesar de vencer as eleições de 1990 o PMDB não conseguiu se tornar, se quer, o centro referência de um bloco partidário, sempre com dificuldades de relacionamento interno e supra-partidário esboça uma reação com a filiação de Marcelo em 2005, porém, nos últimos dois anos disputa a fogo e ferro a hegemonia do Governo com o DEM. A eleição municipal 2008 mostraram que as decisões de governo e de partido foram equivocadas. Isto torna mais complicada a manutenção da escalada peemedebista rumo a se tornar a maior força política do estado. Quem salvou a pele do Governo foi o DEM ganhando em Araguaina.
O hegemonista do momento é o PT. Escorado na popularidade de Lula o maior partido de esquerda do Brasil assume o papel de referencia eleitoral do povo que quer mudança a partir de 2004, quando elege prefeitos de cidades importantes do estado. Só que baseado em resultados numéricos suas administrações desconstroem politicamente esforços de mais de duas décadas de luta pela construção de um bloco de partidos e personalidades progressistas que realmente tivessem o respeito de carinho do povo tocantinense. Com administrações técnicas e burocráticas o PT não fez política. Acreditam que são o único representante dos humildes brasileiros. Com isso tende também a não se firmar como centro de referencia de um bloco político partidário. E já vislumbra a possibilidade de diálogo com a UT para 2010.
O PC do B por sua vez continua sua escalada rumo ao protagonismo na cena política tocantinense. Sempre com uma postura isenta os comunistas seguem sua missão de levar a todos os setores da sociedade a mensagem da frente ampla na defesa dos interesses do povo. Foi o primeiro partido a levantar a bandeira do Bloco de Esquerda, ainda em 2007. Teve importantes experiências no que diz respeito ao crescimento do número de candidatos, foi estatisticamente o partido que mais cresceu de 2004 a 2008. Porém esse crescimento não se concretizou no número de eleitos, elegemos 1 vereador o mesmo que em 2004. É imperioso um acompanhamento especial do Comitê Estadual a esse eleito. Fundamental também é reforçar nossa identidade com todos os não eleitos de mais de 50 mulheres e homens que colocaram seus nomes a disposição do Partido sendo candidatos a vereador, prefeito e vice. Marca especial atenção o novo patamar da participação institucional, em especial em Palmas na Fundação de Ensino e na Funai de Araguaina, casos destacados em que comunistas estão à frente de instituições importantes para mostrar a competência e compromisso do Partido com os mais desamparados.
Cabe agora reforçar a direção, aprimorar a comunicação e formação, estabelecer controle sobre os dados dos filiados hora dispersos e manter o ritmo de crescimento e estreitamento das nossas relações com o povo tocantinense. O próximo período será de grandes batalhas em todos os níveis do internacional ao local, o Partido deve estar pronto para elas. Em 2009 o PC do B realizará seu 12º Congresso momento de balanço e deliberação mais importante de nossa organização interna. No Tocantins temos que aproveitar este momento para aumentar a presença do Partido junto a militância e filiados, organizar nossas direções de base e reforçar a identidade de organização junto aos novos camaradas, que são responsáveis pelo excelente crescimento político e numérico do último período.
Teve PT com UT em Dianópolis e Araguaina, DEM com PT e PDT em Porto Nacional, duas UT(coisa impossível nos tempos do Siqueira) em Araguaina, dois PMDB(coisa normal) em Palmas. É o retrato fiel da quebra da polarização. Não é bom para o povo ser conduzido por uma única idéia! É hora das forças democráticas e progressistas levantarem bandeiras mais palpáveis e de melhor entendimento. Aprender com a história, hegemonia nem pela força é possível. No cenário internacional de crise no centro do capitalismo o Brasil passará por uma prova fogo em 2009, más cabe as forças mais consequentes na defesa do interesse da Nação apontar os rumos, e o rumo é a defesa do trabalho e das conquistas sociais hora alcançadas. Diante deste quadro cabe aos comunista, ousar ainda mais, preparar uma grande ofensiva no sentido de fortalecer nossas organizações intermediárias e conquistar mais lideranças para nossos quadros. Preparar uma plataforma eleitoral clara para o povo tocantinense e com candidatos com segmentação social e condizente com o esforço nacional de fortalecer nossa presença do parlamento federal.
Comitê Estadual do PC do B-Tocantins, 7 de fevereiro de 2009.