UNE defende a Amazônia e prevê 10 mil alunos no FSM

A União Nacional dos Estudantes (UNE) espera reunir mais de 10 mil estudantes durante o Fórum Social Mundial, entre o próximo dia 27 e 1º de fevereiro em Belém, no Pará.

A entidade, que em edições anteriores encampou protestos contra o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Área de Livre Comércio entre as Américas (Alca), dessa vez irá se manifestar pela soberania da Amazônia e contra a mercantilização da Educação. Parte da caravana da UNE deve sair de Salvador (BA), onde realizou a bienal de arte e cultura até domingo (25).


 


Segundo a presidente da entidade, Lúcia Stumpf, ônibus de todo o país também levarão estudantes para Belém. O grupo ficará hospedado no Acampamento Mundial da Juventude, no campus da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). Conforme Lúcia, a UNE deve lançar durante o evento a campanha A Amazônia É do Brasil, em parceria com estudantes do Projeto Rondon. 'Defendemos o desenvolvimento da Amazônia sem que haja entrega aos interesses internacionais', argumentou a dirigente.


 



Os brasileiros serão anfitriões do Encontro Internacional de Estudantes, que acontecerá em paralelo ao Fórum, como em outras edições. Lúcia afirmou que a expectativa é receber representantes de pelo menos 30 entidades estudantis internacionais. Haverá protestos contra a inclusão da Educação em acordos da Organização Mundial do Comércio (OMC). 'A Educação não é mercadoria. Tem que ser mantida como assunto discutido no foro da Unesco, por exemplo', defendeu.


 


O Fórum ainda será palco para a divulgação de estudo sobre financiamento da Educação no governo Lula. Produzida a partir da análise dos investimentos feitos desde 2003, a revista Insumos para o Debate abordará o tema em seu primeiro número. A publicação será lançada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, no próximo dia 29, às 12h, na Universidade Federal do Pará, durante seminário. O levantamento revela, por exemplo, que o Brasil investiu, em média, o equivalente a 4% de seu Produto Interno Bruto (PIB) em Educação, entre 1995 e 2005. No mesmo período, o repasse anual destinado ao pagamento de juros da dívida pública variou de 4% a 7% do PIB. Os dados mostram que as aplicações da União no setor estão aquém do necessário.