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Por crédito, Lula quer bancos estatais com menos burocracia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (26) que é preciso diminuir a burocracia do governo e dos bancos públicos para que o crédito brasileiro “volte à normalidade”. Em seu programa semanal de rádio, ele avaliou que as novas aç

Lula voltou a insistir que a idéia central do governo é que nenhum grande projeto seja paralisado. Para ele, o reforço ao caixa do BNDES atende também à necessidade de empresários brasileiros que buscavam dinheiro no exterior. O presidente lembrou que a partir desta semana, o Banco Central começa o financiamento de exportações por meio de reservas brasileiras.



Leia abaixo a íntegra do programa desta segunda-feira:



Olá você em todo o Brasil, eu sou Luciano Seixas e começa agora o Café com o Presidente, o programa de rádio do presidente Lula. Olá presidente, como vai? Tudo bem?
Tudo bem, Luciano.



Presidente, com as novas ações de estímulo ao crédito e investimentos tomadas na semana passada, o senhor acredita que seja possível amenizar os efeitos da crise internacional no nosso país?
Eu acredito que nós vamos evitar que a crise tenha maior gravidade no Brasil, na medida em que nós tivemos uma balança comercial boa no final do ano. E na medida em que nós estamos tomando medidas para combater a crise já há algum tempo, ou seja, desde novembro do ano passado nós estamos tomando medidas. E a medida que nós tomamos agora é extremamente importante porque nós estamos reforçando o caixa do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com R$ 100 bilhões para que o BNDES possa ,não apenas incentivar novos investimentos no setor produtivo, mas o BNDES possa ,inclusive, ajudar nos grandes projetos que a Petrobras tem aqui no Brasil com o pré-sal. Por isso nós tomamos essa medida. Acho que ela é extremamente importante e vai colocar o BNDES como um dos maiores bancos de investimento do mundo, ou seja, é efetivamente uma quantidade de dinheiro razoável. Porque nós queremos cuidar não apenas dos projetos da Petrobras, dos grandes projetos brasileiros que estão em andamento. Mas nós não queremos que nenhum grande projeto que estava previsto seja paralisado. Por isso nós tomamos a decisão de reforçar o BNDES com R$ 100 bilhões do aporto do Tesouro Federal.



Esse recurso atende as necessidades dos empresários que buscavam dinheiro no exterior para investimentos aqui no país, presidente?
Eu acredito que sim. Eu acredito que vai suprir uma parte das necessidades das pessoas que tomavam dinheiro emprestado em dólar. E, por outro lado, essa semana o Banco Central vai começar o financiamento das nossas exportações com as nossas reservas. Ou seja, as coisas estão, eu diria, andando de forma muito boa e nós agora precisamos cuidar do capital de giro para a pequena e a média empresa brasileira porque elas são grandes geradoras de emprego. Precisamos fazer com que esse capital de giro seja alavancado rapidamente. É preciso diminuir a parte burocrática do governo e dos bancos para que voltemos à normalidade no crédito brasileiro. Sobretudo se nós levarmos em conta a micro e pequena empresa, a média empresa e levarmos em conta o setor automobilístico, sobretudo o setor de carros usados. É por isso que nós fizemos associação com o banco Votorantim. Para que a gente possa fazer com que a cadeia de carros usados volte a funcionar corretamente bem. Aí a pessoa vendendo seu carro usado vai poder comprar o seu carro novo.



Presidente ainda sobre a questão de manter os investimentos no país, o senhor citou a Petrobras e a empresa lançou na última sexta-feira o seu Plano de Negócios de 1009 a 2013. De que forma as ações da empresa se unem às medidas de combate à crise?
Não, a Petrobras tem grandes investimentos sobretudo na área de exploração do pré-sal, a quantidade de navios que ela tem que contratar, a quantidade de sondas, a quantidade de plataformas, a quantidade de barcos de apoio é extremamente importante para a indústria naval brasileira, para a indústria petrolífera brasileira, para a indústria petroquímica brasileira e para o projeto de desenvolvimento do Brasil. Mais importante é que há 20 anos a Petrobras não fazia uma refinaria. A Petrobras tomou a decisão de manter as refinarias de Pernambuco, a refinaria do Maranhão, a refinaria do Ceará e a refinaria de Rio Grande do Norte. Ou seja, eu estou convencido de que se nós nos mantivermos nessa posição, cuidando dos investimentos corretamente a hora em que essa crise terminar na Europa e nos Estados Unidos o país que estiver mais preparado vai sair bem. E eu acho que o Brasil está preparado e o Brasil precisa sair fortalecido dessa crise. Eu volto a repetir aquilo que eu tenho dito desde o ano passado: essa crise tem que ser vista como uma grande oportunidade para o Brasil mudar de patamar quando essa crise acabar.



Presidente, essa série de investimentos a qual o senhor citou aqui resolve o problema de empregos no país?
Ajuda a resolver. É importante lembrar que nós terminamos 2008 com um saldo positivo de um milhão quatrocentos e sessenta mil novos empregos a mais, um saldo positivo. E nós precisamos nos preparar para evitar que em 2009 a gente tenha nível de desemprego grande. Ou seja, por isso vamos cuidar para que os empréstimos dos bancos públicos, seja BNDES, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, o BNB (Banco do Nordeste) e o Basa (Banco da Amazônia), que são bancos públicos, ou seja, quando eles fizerem os empréstimos ou crédito que isso esteja ligado a geração de postos de trabalho porque é o que conta para a distribuição de riqueza e para a melhoria de vida das pessoas.



Muito obrigado, presidente Lula e até a próxima semana.
Obrigado a você, Luciano, e até a próxima semana.



Fonte: Agência Brasil