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Agenda dos protestos: vá às ruas, dê o grito pela paz em Gaza

A partir desta quinta (8), entidades, movimentos sociais e partidos estarão realizando novas passeatas contra a guerra de Israel e em solidariedade a Palestina. Diversas cidades compõem a agenda de protestos que se estende até domingo (11). As ações se

(- Confira a agenda de protestos ao final da matéria)


 


Ao todo, sete cidades farão manifestações até o final desta semana. São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Recife (PE) e Porto Alegre (RS) serão as capitais da paz no Brasil. A elas acrescem as manifestações que acontecerão em Campinas (SP) e Foz do Iguaçu (PR).


 


Todas as manifestações acontecem nesta sexta-feira (9), com exceção da cidade do Rio e do Recife que abrem a agenda de protestos nesta quinta-feira (8). Além de um ato na sexta, a capital paulista também realizará a Marcha Contra o Massacre de Israel no domingo (11). Apenas em São Paulo, mais de 120 pessoas participaram das reuniões do Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino e quase 50 organizações convocam os protestos.


 


“Existe um clamor brasileiro, até pelos laços históricos com o povo palestino e árabe, contra os ataques israelenses. Essa solidariedade precisa ganhar as ruas e denunciar quais são os verdadeiros responsáveis pelo que está acontecendo: os governos de Israel e dos Estados Unidos, que apóiam o massacre”, afirma ao Vermelho Rubens Diniz, diretor do Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e de Luta pela Paz).


 


Sobre o caráter das manifestações, Rubens explica: “nosso esforço é para que os atos sejam os mais amplos possíveis e que mobilizem todos àqueles que desejam a paz e estão indignados com a situação na Palestina. O movimento ainda é liderado pelo Comitê de Solidariedade ao Povo Palestino, é suprapartidário e todas as religiões são bem vindas para apoiá-lo.”


 


Emoção e criatividade


 


Em São Paulo — que abriga a maior comunidade árabe do país —, haverá uma grande marcha sairá do Vão Livre do Masp. Em Campinas, a manifestação no Largo da Catedral espera contar com a participação de um médico palestino que mora na Faixa de Gaza e que, ao retornar de uma viagem que fazia na Rússia, foi impedido de voltar ao seu país. Desde então ele está no Brasil.


 


No Rio de Janeiro, a manifestação que acontecerá na Cinelândia será filmada pela organização. Em Porto Alegre o ato de solidariedade deve contar com o Embaixador da Palestina. Em Curitiba, a passeata Uma gota de sangue pela paz, com concentração na Praça Santos, pretende mostrar num gesto dramático a indignação dos brasileiros.


 


No Recife, os estudantes podem terminar o protesto em frente ao Consulado Americano. Já em Foz do Iguaçu, cidade que acolhe a segunda maior comunidade árabe do Brasil, fotos do massacre estarão estampadas em cartazes e adereços da manifestação.  


 


De expectador à protagonista


 


Em entrevista ao Vermelho, Marcelo Buzetto, do MST, disse que os protestos são a oportunidade dos brasileiros de deixarem a posição de expectadores do massacre para se tornarem protagonistas da pressão mundial pelo fim do genocídio.


 


“Precisamos fortalecer a solidariedade com o povo de Gaza que tem vivido todos os dias o massacre que estamos acompanhando pela TV. São bombardeios em escolas, hospitais, centros de abastecimento de água e energia. A cada momento cresce o número de crianças e idosos brutalmente assassinados”, lembra. “Os atos servirão para medir o grau de repúdio do povo brasileiro contra esse genocídio do Estado de Israel.”


 


Quando pouco vale muito


 


Para os árabes e descendentes de palestinos no país, as manifestações também tem o apoio de muitos judeus e israelenses que moram aqui. “Os governos que se dizem democráticos sabem que para se chegar ao poder é preciso o apoio da população. Neste sentido, as mobilizações de massa pela paz na Faixa de Gaza tem um impacto muito forte sobre todos os governos do mundo e elas já estão acontecendo em Israel”, relata ao Vermelho Alli Majdoub, presidente da União dos Estudantes Muçulmanos do Brasil (Uemb).


 


As palavras de Alli lembram que as eleições em Israel, em 10 de fevereiro, estão próximas. Segundo pesquisa do jornal israelense Haaretz — publicada sete dias após o início dos ataques — se as eleições fossem hoje a coalizão de centro do atual governo — entre trabalhistas e o Kadima —, conseguiria manter a maioria no Parlamento. Antes do genocídio, as pesquisas davam grande vantagem à adversária coalizão de direita Likud, que defende uma posição mais dura contra palestinos.


 


Contudo, já paira o medo entre os governantes israelenses de que, se massacre se estender por muito tempo, a vantagem conquistada se reverta. Daí a urgência da violência com que o Exército de Israel tem usado para invadir sumariamente a Palestina. Independente dos motivos da guerra de Israel, o sangue corre na Faixa de Gaza e o martírio das famílias palestinas segue. Diante deste cenário, Alli lembra o que é possível fazer.


 


“Ir às ruas, protestar contra a crueldade dessa guerra e denunciar seu sentido mesquinho é muito pouco, mas é o mínimo que podemos fazer em solidariedade ao holocausto pelo qual passam milhares de famílias neste exato instante em que conversamos.”


 


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Milhares de brasileiros já foram às ruas pela paz em Gaza


 



Errata: Ao contrário do que foi publicado inicialmente, não haverá nenhum protesto nesta sexta-feira (9) em frente ao Consulado de Israel, em São Paulo. A informação já foi suprimida do texto.


 


Confira abaixo a agenda de protestos desta semana.


 



Quinta-feira (8)


 


– Rio de Janeiro
Manifestação de repúdio ao massacre do povo palestino
Horário: 17 horas
Local: Cinelândia
Convocam: entidades do movimento social e sindical e do Comitê de Solidariedade com o Povo Palestino-RJ


 


– Recife
Sapatada nos governos de Israel e dos EUA: pelo fim da invasão a Gaza
Horário: 16 horas
Local: Praça Oswaldo Cruz
Convocam: UNE, Ubes, Umes (União Metropolitana dos Estudantes Secundaristas ), UEP (União dos Estudantes de Pernambuco)


 


Sexta-feira (9)


 


– São Paulo
Marcha em Solidariedade ao Povo Palestino
Horário: 14h
Local: Vão Livre do Masp
Endereço: Avenida Paulista, 1578
Convocam: (as mesmas da manifestação de domingo)


 


– Porto Alegre
Ato com Embaixador da Palestina e pelo fim dos ataques de Israel
Horário: 10 horas
Local: Semapi (Sindicato dos Empregados em Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas e de Fundações Estaduais do RS)
Endereço: Rua General Lima e Silva, 280 – Porto Alegre – RS
Convocam: entidades da Comunidade Árabe-Brasileiro, em conjunto com outras como o Cebrapaz-RS e demais organizações dos movimentos sociais


 


– Curitiba
A passeata de solidariedade a Palestina: uma gota de sangue pela paz
Horário: 11 horas
Local: Concentração na Praça Santos Andrade
Convocam: Comitê Árabe-Brasileiro, em conjunto com outras entidades como o Cebrapaz-PR


 


– Campinas
Ato de solidariedade a Palestina
Horário: 17 horas
Local: Largo da Catedral
Convocam: entidades do movimento social e partidos políticos


 


– Foz do Iguaçu
Passeata pelo fim do massacre ao povo palestino
Horário: 17 horas
Local: Concentração no início da Avenida Brasil
Convocam: Comunidade Árabe e entidades do movimento social


 


Domingo (11)


 


– São Paulo
Grande Marcha Contra o Massacre de Israel
Horário: 10 horas
Local: Concentração no Vão Livre do Masp, Avenida Paulista.
Convocam: CMS (Coordenação dos Movimentos Sociais); CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil); CUT; Conlutas; Intersindical; Afubesp (Associação dos Funcionários do Banespa); UNE; Ubes; Upes (União Paulista dos Estudantes Secundaristas); DCE da USP; UJS (União da Juventude Socialista); Juventude Revolução; Movimento pelo Passe Livre; MST; MLT (Movimento de Luta pela Terra); Conselho Mundial da Paz (CMP); Cebrapaz (Centro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz); Comitê de Solidariedade a Cuba; Mulheres em Luta pela Paz; PCdoB; PT; PSTU; Psol; PCB; Fepal (Federação Árabe Palestina do Brasil); Fearab (Federação das Entidades Árabes Brasileiras); Mopat (Movimento Palestina para Todos); União da Juventude Árabe para a América Latina (UJAAL); Instituto Jerusalém; Instituto da Comunidade Árabe; Centro Cultural Árabe-Sírio; Sociedade Palestina de SP; Instituto Futuro; União Nacional de Entidades Islâmicas (UNI); Federação das Entidades Árabes Muçulmanas do Brasil (Fambras); Sociedade Beneficente Muçulmana do Brasil (SBM); Associação Beneficente Islâmica do Brasil (ABIB); União dos Estudantes Muçulmanos do Brasil (Uemb); Sociedade Islâmica de Jundiaí; Sociedade Beneficente Muçulmana de Santo Amaro; Conselho Superior dos Teólogos Muçulmanos do Brasil; Igreja Ortodoxa Antioquina do Brasil; Igreja Presbiteriana; Deputado estadual Simão Pedro (PT-SP); Deputado estadual Said Mourad (PSC-SP); Vereador de São Paulo Jamil Murad (PCdoB); Portal Vermelho; CMI (Centro de Mídia Independente); Jornal Al Baian.


 


– Matéria modificada 8/01 às 21h54