Tânia: é preciso respeito aos funcionários de supermercados

A deputada estadual Tânia Soares (PCdoB) disse na Assembléia Legislativa que a pressão feita pelos funcionários dos supermercados e Sindicato dos Comerciários serviu para que o sindicato patronal “se desse conta de que aqui existe lei e que é necessário r

Ele fez essa referência ao lembrar que a Câmara Municipal de Aracaju suspendeu hoje a votação do projeto de lei que determina o fechamento dos supermercados aos domingos e feriados. Seria a terceira votação do projeto, pois as duas anteriores foram favoráveis ao não funcionamento nestes dias. Uma análise do assunto será feita na próxima sexta-feira, 5 de dezembro.


 


A parlamentar acrescentou que o assunto [o fechamento ou não dos supermercados aos domingos e feriados] interessa a toda sociedade aracajuana, já consultada numa pesquisa, sendo que 70% dos entrevistados disseram ser favoráveis ao fechamento nos domingos e feriados. “Eles não divulgaram a informação porque a pesquisa vai contra os seus interesses”, disse, referindo-se a Associação Sergipana de Supermercados (Ases), que teria encomendado o trabalho.


 


Na tribuna da Assembléia, Tânia Soares disse que o ideal é chegar a um acordo que seja bom para o comércio, mas que seja ainda melhor para os trabalhadores, “o elo mais fraco dessa cadeia”. Segundo ela, “não admitimos trabalho escravo e nem condições que venham degradar a vida desses trabalhadores. Precisamos de respeito”. E lamentou que a Ases não esteja disposta a negociar com o Sindicato dos Comerciários a questão dos fechamento dos supermercados. Ela lembrou que diversos sindicatos – das farmácias, concessionárias de veículos, atacadistas, por exemplo – se sentam e negociam, mas a mesma disposição não é vista na Ases.


 


A parlamentar observou que “além de ter vários processos de investigação e autuação por trabalho escravo, exploração dos seus empregados, eles [os supermercados] desdenham, desprezam a organização destes trabalhadores, não reconhecendo o sindicato”. Na sua concepção, o que está acontecendo em Aracaju “é uma intransigência e um desrespeito à nossa terra, dos supermercados multinacionais. Temos que defender os comerciários, mas temos que defender os pequenos lojistas, os médios e os grandes, tratados de forma predatória por estes supermercados”, ressaltou.


 


Tânia frisou que em Vitória (ES), o sindicato dos comerciários daquela capital fez um acordo com os donos de supermercados para que as lojas não abram aos domingos a partir de janeiro de 2009. “Foi um acordo coletivo e não precisou de lei”. Lembrou que em alguns países da Europa os supermercados fecham aos domingos, lamentando a forma que o assunto vem sendo tratado pela classe patronal.


 


Fonte: Jornal da Cidade