Jornalistas cubanos e mineiros debatem o  bloqueio midiático

Em visita ao Brasil, a convite da Federação Nacional dos Jornalistas e do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal, os jornalistas e professores cubanos, Ariel Terrero e Maribel Damas, participaram de um histórico debate realizado di

Foi um emocionante encontro entre gerações de jornalistas, cubanos que cresceram e ainda vivem sob um bloqueio econômico, financeiro comercial, mineiros que vivenciaram e fizeram a cobertura do fato histórico que marcou o século XX , a revolução cubana.  Segundo Dídimo Paiva, há muito que o debate jornalístico em Minas Gerais  se transformou em um discurso único. O que é lido na edição de um jornal é repetido nos outros  sem que haja diversidade de opinião, tanto que nenhum órgão privado da chamada Mídia mineira se interessou por ouvir a versão de dois profissionais experientes sobre a situação cubana, pós furacões,  pós eleição do novo presidente dos EUA e pós a apresentação de requerimento feito pelo governo cubano, na Assembléia Geral da ONU, pela 17ª vez, em 29 de outubro passado, solicitando o fim do bloqueio ao país e que obteve o apoio de 185 países membros.



Também presentes, jovens jornalistas puderam fazer seus questionamentos sobre temas como Liberdade de Imprensa em Cuba,  o socialismo cubano e outras questões que há muito deixaram de ser de interesse de uma américa latina dividida e em busca da sua integração.


 


Maribel Damas lembrou a todos, que em um mundo globalizado que apenas cinco grandes grupos controlam o fluxo informativo, é muito difícil falar de Liberdade de Imprensa.  Conforme a jornalista cubana, que também é professora de jornalismo da  Faculdade de Comunicação da Universidade de Havana, a profissão em seu país é regulamentada e respeitada. Não existem jornalistas desempregados, e há carência de mão-de-obra.  Ainda conforme Damas, os jornalistas cubanos são bem informados e qualificados, o que garante uma posição crítica inclusive em relação ao governo. O importante, afirma ela, é que haja a pluralidade de opiniões e não somente liberdade de “empresas”.  Em seu país, mesmo sob o controle público e não privado, há um jornalismo cada vez mais investigativo e crítico, pois a população cubana é altamente exigente e culta.


 


Nunca se pode perder de vista que a Revolução Cubana, desde 1961, erradicou o analfabetismo, com reflexos para   um país cuja população soma  11 milhões de habitantes, e infelizmente, em nosso Brasil, somos 22 milhões de analfabetos, fora os analfabetos políticos e funcionais.


 


Ariel Terrero é Chefe de Informação Nacional da equipe de jornalismo de investigação da Revista Bohemia, fundada em maio de 1908, e que completa este ano seu primeiro século de existência, quando foi lançada uma edição especial documentando a história da América Latina e Caribe, com registro jornalístico de reflexões compreendendo o período de 1910 até 1959 e os trabalhos correspondentes aos anos posteriores à revolução cubana integram um segundo exemplar. http://www.bohemia.cubasi.cu/index.html



 
Maribel Damas é Repórter do Sistema Informativo da Televisão Cubana e produtora de notícias para os telediários e programas informativos da TVC. Entre os seus trabalhos de cobertura jornalística para TV constam os recentes furacões Gustav e IKE para a Cuba y Cubavisión Internacional (2008). Outras coberturas importantes constam do seu currículo como a posse de Evo Moraes, na Bolívia (2006), posse de Tabaré Vázquez, Uruguay (2005).



Os dois jornalistas, que também são membros da presidência da Unión de Periodistas de Cuba (UPEC), chegaram ao Brasil na semana passada e cumprem extensa agenda de atividades programadas pelos jornalistas do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Distrito Federal e São Paulo. O evento foi uma parceria da Associação Cultural José Marti de Minas Gerais (ACJMMG), entidade que faz parte do movimento nacional de apoio e solidariedade a cuba (http://soycubasoyminasgerais.blog.com e acjmmg@gmail.com) e Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais. Também colaboraram com o evento o Sinttel- MG e Senge – MG.



De Belo Horizonte,


Míriam Gontijo