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Lula diz que manter obras do PAC é “questão de honra”

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se disse satisfeito com o desempenho do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que teve divulgado o quinto balanço na semana passada. Em seu programa semanal Café com o Presidente, nesta segunda-feira&

De acordo com Lula, 2009 deve ser um ano “infinitamente melhor” diante do número de obras do PAC a serem inauguradas. Ele reforçou que, em 2010, grande parte das obras anunciadas pelo governo estarão concluídas.


Leia abaixo a íntegra do programa desta segunda-feira:



Olá, você em todo o Brasil. Eu sou o Luciano Seixas. Começa agora o programa de rádio do presidente Lula, Café com o Presidente. Olá, presidente, como vai. Tudo bem?
Tudo bem, Luciano.



Presidente, foi divulgado na semana passada o quinto balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). As ações estão dentro da normalidade?
Luciano, para mim, é motivo de muita alegria saber que nós conseguimos fazer com que o PAC se transformasse numa coisa importante para o desenvolvimento brasileiro e mais importante ainda que o governo mantém o controle das ações do PAC. Ou seja, a política de acompanhamento do governo federal coordenada pela ministra Dilma, junto com os governos estaduais e com as prefeituras e os ministros de cada área tem demonstrado que essa é a forma mais correta de você fazer com que as políticas públicas do governo brasileiro possam ser executadas. Eu estou satisfeito. Dois mil e nove deverá ser um ano infinitamente melhor. Nós temos já muitas obras para inaugurar e em 2010 nós vamos terminar grande parte das obras que foram anunciadas no PAC. Obviamente que muita gente ficava entendendo que por conta da crise financeira internacional o PAC iria ter uma diminuição nos investimentos, no comprometimento das verbas do governo federal. Isso não vai acontecer. É uma questão de honra do governo federal manter todas as obras do PAC, dentro do PAC manter suas prioridades, porque nós acreditamos que uma das formas de você enfrentar a crise financeira é você fortalecer as obras de infra-estrutura e fortalecer o mercado interno.



Presidente, mudando de assunto, o senhor chegou no final de semana de uma viagem a El Salvador e Cuba. Em El Salvador esteve na 23ª Cúpula Ibero-americana. Como foi sua participação? O tema crise internacional esteve presente lá também?
Olha, o assunto do encontro Ibero-americano era o problema da juventude no mundo inteiro. Para nós é um tema extremamente importante porque cuidar da juventude que estuda, cuidar da juventude que trabalha, cuidar da juventude que está desempregada, cuidar da juventude que está à beira de cair na marginalidade é um compromisso, uma responsabilidade do governo federal, do governo estadual, do governo municipal e da sociedade brasileira. Nós fizemos uma síntese daquilo  que o Brasil faz com a juventude aqui. O que eu acho é que é extremamente importante esta troca de idéias, para que a gente aprenda também com os outros e os outros possam aprender conosco. Mas não poderia deixar de abordar a questão da crise financeira internacional. Até porque a América Latina vinha vivendo um processo extraordinário de crescimento. Todos os países vinham crescendo. Obviamente que com a crise financeira se reduz o fluxo do crédito internacional, se reduz o fluxo das importações dos países ricos, poderemos ter problemas nos países, eu diria, periféricos. Fiz questão de mostrar que a única chance de enfrentar esta crise com sabedoria é a gente acreditar e fortalecer mais o mercado interno, é a gente aumentar as nossas trocas, portanto mais exportação com os países que têm similaridade com o Brasil, do nosso continente, com uma coisa importante: todo mundo está consciente de que é preciso mudar o sistema financeiro internacional, de que é preciso ter controle dos governantes para que a gente não veja nenhum país do mundo repetir os erros graves que foram cometidos pela falta de controle do sistema financeiro, sobretudo a partir do governo americano e do governo dos países europeus. Eu penso que depois da reunião que vamos ter do G-20, dia 8 em São Paulo com os ministros da Fazenda do G-20 Financeiro e depois a reunião que vamos ter em Washington com o G-20 financeiro, é muito importante para que a gente tome decisões que talvez não sejam definitivas porque é preciso ouvir todos os países do mundo para que a gente tenha uma tomada de posição capaz de ser respeitada por todos, cumprida por todos, para que a gente possa ter a consciência de que o sistema financeiro mundial tem que ser controlado como são controlados todos os outros segmentos da sociedade.



E em Cuba, presidente, como foi a visita? Foi possível aumentar a cooperação entre os dois países?
Foi uma viagem interessante. Eu acho que os cubanos, como sempre, trabalham com um sacrifício enorme por conta do bloqueio americano e, além do bloqueio, dois furacões seguidos que praticamente pegaram todo o país e destruiu muita coisa. Só para você ter uma idéia foram mais de 470 mil casas destelhadas, 70 mil casas totalmente destruídas, milhares de quilômetros de linhas de transmissão e que nós, brasileiros queremos dar o apoio para ajudar a reconstruir o país. Eu fui a Cuba por uma coisa mais importante que era um acordo que tinha que ser feito pela Petrobras com a empresa cubana e, ao mesmo tempo, a inauguração do escritório da Apex (Agência de Promoção das Exportações) para fazer com que mais empresários brasileiros visitem Cuba, fazer com que haja mais negócios entre Cuba e Brasil. Ao mesmo tempo nós estamos com a Embrapa lá pesquisando e ajudando no plantio de soja para que Cuba se transforme num país auto-suficiente para atender o seu consumo.



Muito obrigado, presidente Lula. Até a semana que vem.
Obrigado, Luciano e até a próxima semana.



Fonte: Agência Brasil