Chile: eleições municipais influenciam sucessão de Bachelet

Os resultados das eleições municipais chilenas, marcadas para o próximo domingo (26), influenciarão a escolha do sucessor da presidente Michelle Bachelet, que ocorre em 2009, e podem servir como uma avaliação do atual governo, o quarto consecutivo da coal

A opinião é quase unânime. As eleições municipais deste ano, em que 8,11 milhões de chilenos irão às urnas para escolher novos prefeitos e vereadores para as 345 comunas (municípios) do país, poderão ser cruciais para o pleito presidencial do ano que vem.


 


Os representantes dos dois maiores conglomerados políticos, a governista Concertación de Partidos por la Democracia e a opositora Alianza por Chile, concordam em dizer que o bloco que obter a maior votação no domingo certamente sairá fortalecido na corrida para ocupar o Palácio de La Moneda.


 


Em 2004, de acordo com dados do Serviço Eleitoral do país, a Concertación obteve nas eleições municipais 44,79% dos votos dados a prefeitos e 47,91% destinados aos vereadores. Já a Alianza por Chile conseguiu, respectivamente, 38,65% e 37,67% de apoio. Dois anos mais tarde, Bachelet foi eleita presidente com 53,5% dos votos.


 


O presidente do partido Radical Social Democrata, José Antonio Gómez, explica que a Concertación — da qual o partido faz parte — consolidará sua influência no que diz respeito à votação. Sua companheira de coalizão, Soledad Alvear, líder da Democracia Cristã, concorda. Para ela, “ficará claro que a maioria dos chilenos e chilenas confiará na Concertación como uma força política majoritária”.


 


Por sua vez, os presidentes dos partidos que compõem a opositora Alianza por Chile, Carlos Larraín, da Renovação Nacional, e Juan Antonio Coloma, da União Democrata Independente, indicam que estas eleições servirão para minimizar o otimismo da Concertación e fortalecer a Alianza.


 


Para Larraín, o crescente movimento impulsionado pela oposição, e que a seu ver se tornará mais evidente nas eleições municipais, “desembocará em um êxito eleitoral no pleito legislativo e presidencial de 2009”. As lideranças políticas também consideram que as eleições municipais servirão como uma avaliação do governo Bachelet.


 


Soledad Alvear crê que os resultados representarão uma “grande aprovação ao governo”. “As pessoas voltarão a confiar na Concertación porque sabem que é um projeto político sério de governabilidade e progresso”, explica. Já o opositor Juan Antonio Coloma afirma que os erros do governo, como a má implementação do transporte público na capital Santiago, serão cruciais para que os cidadãos chilenos reprovem o atual governo.


 


“Nesta eleição as pessoas castigarão erros, a má gestão da educação e da saúde pública, que a Concertación não soube como resolver durante os últimos 20 anos”, diz. Carlos Larrín, no entanto, não acredita nesta hipótese. Para ele, as eleições municipais estão compostas por uma série de fatores, inclusive pessoais. “Tirar conclusões gerais seria uma análise injustificada”, adverte.


 


Fonte: Ansa Latina