Ceará já gerou 38.655 vagas de emprego formal neste ano

O mercado de trabalho cearense voltou a registrar recorde. De janeiro a setembro, foram criadas 38.655 vagas com carteira assinada, o que representa uma expansão de 5,57% no estoque de empregos formais no Estado. O resultado é o melhor da série histórica

Os dados foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego e apontam que o Ceará teve o terceiro maior saldo do Nordeste, sendo superado apenas pelos estados da Bahia (65.612 vagas) e Pernambuco (53.461). Comparado aos nove primeiros meses de 2007, a geração de empregos foi 37,5% este ano.


 


Entre os setores da economia que mais se destacaram no período estão os serviços, com 12.475 postos de trabalho (alta de 4,59%); a indústria de transformação, responsável por 10.850 novos postos (5,63%), e a construção civil, com 8.316 vagas (20,98%). ´Isso mostra um equilíbrio, com crescimento em todos os setores´, comenta o presidente do IDT (Instituto de Desenvolvimento do Trabalho), Francisco de Assis Diniz.


 


Na avaliação de Diniz, a ampliação do mercado de trabalho se deve essencialmente a três fatores: expansão do crédito, recuperação do poder de compra do consumidor e queda da inflação. E é justamente por isso que os números sofreram um leve recuo em setembro. ´São os reflexos da crise, que reduziu o crédito e encareceu os importados´, explica.


 


O saldo em setembro continuou positivo, com 7.596 carteiras assinadas no Ceará — uma expansão de 1,05% no estoque do emprego formal. Entretanto, é um resultado menor do que o apurado em setembro de 2007 (7.781 vagas) e 2008 (8.165 postos), que continua sendo o recorde para o mês. É também inferior ao verificado em agosto (9.947 vagas).


 


Para Diniz, porém, essa pequena desaceleração não representa um percentual relevante sobre o resultado do ano. Tanto que mantém o otimismo para os últimos três meses de 2008 e acredita que ´o Ceará pode até ter ganhos com a crise´.


 


Essa opinião se sustenta, sobretudo, na valorização do dólar nos últimos dias. Ele argumenta que o câmbio favorece os investimentos governamentais, a partir de financiamentos fechados com um dólar mais baixo, e a pauta de exportações cearenses, centrada em itens alimentícios. Além disso, a alta da moeda norte-americana estimula o turismo no País. ´A oferta de emprego deve aumentar em função disso´.


 


APESAR DA CRISE
Ministério mantém projeção


 


Brasília. Apesar do agravamento da crise financeira internacional, o Brasil deve encerrar o ano com 2,1 milhões de novos empregos com carteira assinada, segundo as projeções do Ministério do Trabalho e Emprego. A previsão foi anunciada ontem pelo ministro Carlos Lupi ao informar que, até setembro, o País acumula saldo de 2,086 milhões de novas ocupações. É a primeira vez que essa marca é alcançada em um único ano, pela série do Caged.


 


Lupi afirmou que só espera ´algum´ reflexo negativo da crise internacional no mercado de trabalho brasileiro no segundo semestre de 2009. Ao contrário do que prevê a maioria dos economistas, ele acredita que o mercado interno continuará aquecido garantindo o ritmo de crescimento brasileiro. Lupi espera a criação de pelo menos 1,8 milhão de novos empregos ano que vem. ´Quem trabalha na produção deve ter muita tranqüilidade porque a economia brasileira está sólida´.


 


Em setembro, foram gerados 282,8 mil postos de trabalho, ante 239,1 mil em agosto e 241,2 mil em setembro de 2007. Com isso, o estoque de empregos formais subiu 0,92% para pouco mais de 31 milhões. Os 2,086 milhões de emprego abertos de janeiro a setembro representam crescimento de 29% frente aos 1,61 milhão gerados em igual período do ano passado. Os serviços lideram o ranking de abertura de novos empregos no ano (689,9 mil), seguidos da indústria (523,9 mil), construção civil (300,8 mil) e comércio (241 mil).