Inflação de Fortaleza é maior que a do Brasil

“A situação da economia brasileira nos permite enfrentar a turbulência internacional com bastante serenidade”. Apesar da crise financeira mundial, esta foi a única observação que o diretor de Política Econômica do Banco Central, Mário Mesquita, fez durant

O diretor do BC, Mário Mesquita, comparou ainda a economia do Nordeste com a do Brasil. “A economia da região vem acompanhando o crescimento do Brasil embora em ritmo mais lento que em 2007”, afirmou. O documento também traz a posição de Fortaleza no ranking do IPCA, que avalia a inflação nas principais capitais brasileiras. De acordo com o levantamento do BC, a capital cearense (6,34%) teve inflação maior que a do Brasil (6,17%) no acumulado de 12 meses até agosto de 2008. Em 2007 a inflação em Fortaleza (4,18%) ficou logo abaixo da brasileira (4,46%) e, em 2006, o índice medido na cidade (2,62%) foi ainda menor que o da média nacional (3,14%).


 


Segundo o diretor do BC, existem algumas explicações para aceleração relativa da inflação na capital. “Alguns itens como energia elétrica, aluguel e o comportamento do preço dos combustíveis puxaram esta alta”, disse. Mesquita ressaltou que no caso de Fortaleza os alimentos não foram os vilões do aumento da inflação, como ocorreu em outras partes do País.


 


Sobre a produção industrial, a avaliação de Mesquita é que o setor vem crescendo em todo o Brasil, com destaque para a região Norte, mas, segundo ele, no Nordeste a aceleração se dá com menor dinamismo. “Principalmente nos setores têxteis, produção química, máquinas e aparelhos elétricos”, enumera.


 


As vendas no varejo também foram avaliadas no relatório e os resultados apontam que houve uma “expansão em ritmo forte” de maneira uniforme em todas as regiões brasileiras. Mas, neste caso, a região que apresentou maior índice em julho de 2008 foi o Nordeste, seguido da região Norte, Centro-oeste, Sudeste e Sul. Com exceção da região Sul, todas as outras apresentaram crescimento maior que o observado no Brasil. “Essa expansão é um reflexo do crescimento do crédito e da renda”, justifica Mesquita. O destaque do setor no Ceará foi para o comércio de material de construção. Enquanto o crescimento acumulado em 2008 (até julho) passou de 20% no Estado, o crescimento do País não ultrapassou os 15%.


 


Considerando ainda os índices das exportações (crescimento de 22,6% no Nordeste e 13,1% no Ceará) e importações (crescimento de 48,1% no Nordeste e 33,5% no Ceará) a avaliação de Mário Mesquita é que a economia no Nordeste vai bem. “Os dados mostram uma dinâmica saudável”, conclui.