Denúncia da 'Folha' derruba chefe da campanha de Fogaça

Não foi a mídia gaúcha que deu, mas sim a paulista, a notícia que mexeu com o coração da campanha do prefeito e candidato à reeleição a Prefeitura de Porto Alegre José Fogaça (PMDB). Segundo matéria da Folha de S. Paulo desta quinta (25), o chefe

Segundo o TCE-RS, um apartamento em Porto Alegre e uma casa no município de Xangri-lá, balneário a 130 km ao norte da capital, não aparecem registrados em nome de Záchia e foram omitidos da declaração de bens. Na época o parlamentar disse ter apenas um apartamento em Porto Alegre (R$ 417 mil) e uma caderneta de poupança de R$ 21 mil.


 


O TCE-RS iniciou a investigação da evolução patrimonial de Záchia no início deste mês e mantém o caso sob sigilo. O deputado é o segundo político gaúcho a ter as finanças devassadas pelo TCE. A primeira a ser investigada foi a governadora Yeda Crusius (PSDB), pela compra da casa em que vive, em Porto Alegre, por R$ 750 mil.


 


Para abafar o novo escândalo envolvendo o nome do prefeito, Záchia se afastou da coordenação de campanha de Fogaça neste sábado (27). Negando as irregularidades apontadas pelo TCE, o deputado disse que tomou a decisão para que as denúncias não sejam usadas por adversários.


 


Mas a verdade é que os correligionários de Záchia não apostam tanto assim na idoneidade do deputado. Assim que a crise estourou, o candidato a vice-prefeito de Fogaça, José Fortunati (PDT), desabafou: “[a saída de Záchia] é atitude mais sensata”.


 


Estranho silêncio a favor de Fogaça


 


Mesmo com a indiferença da mídia gaúcha diante das denúncias, a notícia caiu como um balde de água fria na campanha de Fogaça, que dias antes andava pela capital pregando o voto útil para uma possível vitória sua no primeiro turno.


 


Desde a quinta-feira fatídica, o insosso prefeito tem se esforçado para disfarçar a tensão causada pelas denúncias nas agendas de rua e tem rebolado para tentar desassociar o escândalo de sua imagem.


 


Porém, a instabilidade no núcleo duro da campanha do prefeito ainda não foi resolvida. Até o final deste domingo a coligação do peemidebista ainda não havia anunciado o substituto de Záchia.      


 


As denúncias no TCE gaúcho não são as únicas semelhanças entre Záchia e a governadora. O deputado também foi presidente da Assembléia Legislativa gaúcha e chefe da Casa Civil da governadora tucana.


 


Uma manobra ainda favorece o “esquema abafa” a esta altura das eleições portoalegrenses: o procurador-geral do TCE, Geraldo Da Camino, informou neste domingo (28) que adiará a apresentação do relatório final sobre a investigação sigilosa. A conclusão, prevista para o dia 30 de setembro, agora só será apresentada no dia 10 de outubro, cinco dias depois do primeiro turno da eleição.


 


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De Porto Alegre,
Carla Santos, com a colaboração de Gustavo Alves