19% das famílias cearenses vivem com 1/4 do Mínimo

Contingente na linha da indigência no CE é mais que o dobro da média nacional

Cerca de 19 em cada 100 famílias no Ceará sobreviviam com 1/4 do salário mínimo no ano passado. Em números absolutos, representavam 471,744 mil arranjos familiares (19,2%), de um total de 2,457 milhões pesquisados no Estado, com ganho mensal per capita de R$ 95. O piso salarial à época era de R$ 380.


 


O contingente, que oficialmente está na linha de indigência, é mais que o dobro da média nacional, de 7,9%, e 0,8 ponto percentual acima da nordestina, de 18,4%.


 


Na Região Metropolitana de Fortaleza, é de 11,2% (118,72 mil) de 1,060 milhão de famílias residentes. Já o percentual de famílias contando com renda familiar per capita mensal de 1/4 até 1/2 salário no Estado chegou a 24,7%.


 


Equivale a 606,879 mil arranjos familiares com ganho de mais de R$ 95 a R$ 190.


 


Proporção no Brasil


 


No País, esse contingente equivale a 15,6% das famílias, contra 24,7% também no Nordeste e 23,5% na Grande Fortaleza. Os arranjos com renda de mais da metade até um piso salarial no Estado e na RMF equivalem a 28,9% (710,073 mil) e 29,2% (309,52 mil), respectivamente.


 


Na outra ponta, apenas 2,2% das famílias cearenses ganhavam mais de cinco salários mínimos no ano passado.


 


Representavam um grupo de 54 mil arranjos com renda mensal familiar per capita acima de R$ 1.900. No Brasil, essa parcela era de 5,5% do total — mais que o dobro do percentual local. O grupo é restrito a 2,4% no Nordeste e 3,7% na RMF (39 mil famílias).


 


Os dados são integrantes da ´Síntese dos Indicadores Sociais 2008 — Uma Análise das Condições de Vida da População Brasileira´, divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo tem como base os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), de 2007, o órgão concluiu que, em dez anos, caiu no Brasil o percentual de famílias com rendimento menor que 1/2 salário.


 


Melhoria no País


 


Segundo o levantamento, no período 1997/2007, caiu o percentual dos arranjos familiares com rendimento familiar per capita de até ½ salário mínimo. Em 1997, esse percentual para o conjunto do Brasil era de 31,6%, mas caiu para 23,5% em 2007.


 


No Nordeste, a queda foi de 10,9 pontos percentuais (54% para 43,1%) — influenciada, provavelmente, pelas políticas públicas dirigidas às famílias mais pobres. No Sudeste, a proporção de famílias com renda inferior a um salário mínimo foi reduzida em um terço: passou de 21,6% para 14,4% da população.


 


O estudo mostra, ainda, que a proporção dos domicílios com renda de até meio salário mínimo é menor na zona urbana. Entre os que moram nas cidades, 19,4% eram considerados pobres, no ano passado, para os padrões do Instituto.


 


Rendimento mensal no País


 


O valor médio mensal do rendimento familiar per capita no Brasil, em 2007, era R$ 624,00. Entretanto, metade das famílias vivia com menos de R$ 380. Regionalmente, a distribuição de renda no País continua desigual: metade das famílias nordestinas viviam com até R$ 214,00, enquanto no Sudeste o rendimento mediano era de R$ 441,00.