Rússia cria laços diplomáticos com Abcásia e Ossétia do Sul

O chanceler russo, Serguei Lavrov, conduziu nesta terça-feira (9) negociações com representantes de política exterior da Abcásia e Ossétia do Sul, em um intercâmbio de notas para o estabelecimento de relações diplomáticas.

Lavrov reuniu-se pela primeira vez nesse formato com seus colegas abcáse e osseta para abordar aspectos relacionados à formalização dos vínculos entre Moscou, Sukhumi e Tskhinvalí, depois de sua independência ser reconhecida pelo Kremlin em 26 de agosto passado.



“Trata-se de legitimar as relações diplomáticas com ditos estados a nível de embaixadas”, segundo uma nota da Chancelaria.



Horas antes desse comunicado, o presidente russo, Dmitri Medvédev, comunicou em coletiva de imprensa que a Rússia tinha os documentos pertinentes prontos, a fim de fazer seu reconhecimento efetivo.



Os chanceleres analisarão também os esboços correspondentes do pacote de acordos sobre amizade, cooperação e ajuda mútua de caráter tripartite.



Medvédev explicou que a colaboração abarcará as esferas econômica, humanitária e militar, o que gera dúvidas entre analistas sobre uma possível localização de bases nos territórios rebeldes.



Especialistas do Centro de Conjuntura Política da Rússia dão por certo um consenso em acordos pontuais sobre cooperação e com relação a uma aliança estratégica em matéria de defesa e segurança regional, de crucial interesse para Moscou.



Ao admitir a lentidão do processo de reconhecimento de Sukhumi e Tskhinvalí por outros estados, o chefe do Kremlin disse que, não obstante, o debate internacional sobre o futuro status dessas repúblicas continuará em Genebra em 15 de outubro próximo.



Abcásia e Ossétia do Sul reclamaram à comunidade internacional um reconhecimento à soberania – de fato auto-declarada em 1992 – depois da agressão da Geórgia ao território osseta de 8 a 12 de agosto passado.



O exército georgiano destruiu inteiramente a capital osseta, Tskhinvalí, com ataques indiscriminados, estendidos a outras localidades. Estima-se um saldo de mil 500 civis mortos entre a população osseta.