Bolívia: oposição articula bloqueio de gás para o Brasil

Um dos líderes dos protestos no estado boliviano de Santa Cruz, David Sejas, afirmou nesta segunda-feira (8) que planeja, com outros opositores do presidente Evo Morales, “enfrentar os militares” para chegar às válvulas dos poços de gás que abastecem o Br

“Vamos enfrentar os militares no decorrer desta semana”, disse Sejas, que é presidente da União Juvenil Cruzenha. Quando questionado se a medida poderia afetar o abastecimento de gás ao mercado brasileiro, Sejas respondeu: “Claro que sim, que podemos prejudicar este fornecimento”.



“Estamos dispostos a todo tipo de pressão até que o governo recue nos cortes das verbas (do setor petroleiro para os estados) e na nova Constituição”, afirmou.



Bloqueios



As afirmações irresponsáveis de Sejas ocorreram no mesmo dia em que cinco dos nove estados da Bolívia ampliaram os protestos contra o presidente Evo Morales, com o aumento de bloqueios de estradas e tomadas de escritórios estatais. As fronteiras com Brasil, Argentina e Paraguai foram bloqueadas.



Carros, manifestantes e montanhar de areia interrompem o trânsito nas cidades de San Vicente e San Matías, em Santa Cruz, no caminho para Cuiabá (MT), e de Puerto Suarez, em frente a Corumbá (MS).



No departamento de Tarija, foram registrados 17 pontos de bloqueio, em todas as estradas de acesso a essa região e nas cidades de Bermejo e Yacuiba, na fronteira com a Argentina onde os manifestantes ameaçam tomar os poços petrolíferos. Em Santa Cruz, todos os pedágios foram tomados.



Novos ministros



Em meio aos novos protestos, Evo empossou nesta segunda-feira cinco ministros, realizando um ajuste no gabinete. Ingressaram no governo: o novo ministro da Saúde, Ramiro Tapia, que assumiu a pasta de Wálter Selum e o ministro de Hidrocarbonetos Saúl Avalos, que substituiu Carlos Villegas, que passou ao ministério do Planejamento.



Carlos Romero assumiu como ministro do Desenvolvimento Rural e Agropecuário no lugar de Susana Rivero, que passou ao ministério da Microempresa. Esta é a quinta reestruturação de gabinete do governo Evo, que assumiu em 22 de janeiro de 2006.



Da redação, com agências