Arraial do Pavulagem mobiliza milhares de pessoas no encerramento da quadra junina

Cerca de trinta mil pessoas participam da festa popular organizada por grupo musical

O Arrastão do Pavulagem chegou ao final, ontem, com o fôlego do primeiro dia e o chamado para o próximo, que antecede a grande procissão do Círio de Nazaré. A derrubada dos mastros marcou o encerramento dos cortejos que levaram o colorido dos bois e pássaros juninos para a Praça da República nos quatro últimos finais semana.



A Polícia Militar estimou que cerca de 30 mil pessoas participaram do arrastão. A organização calculou que um terço desse público acompanhou o cortejo, iniciado na escadinha do porto, com subida pela avenida Presidente Vargas até a Praça da República.



Para o cortejo passar, a avenida foi interditada. Homens com pernas de pau sinalizaram com bandeirinhas o passo dos brincantes que se encontraram com outra multidão na praça. No logradouro, o show da banda Arraial do Pavulagem começou após a derrubada dos mastros em homenagem aos santos juninos.



Os mastros, assim como os ritmos do boi-bumbá, marujada, retumbão e quadrilha são marcos de festas que se mantêm nos municípios do interior. De Cachoeira do Arari, por exemplo, vieram os músicos que participaram do primeiro arrastão, no dia 15 de junho.



Ontem, essas representações culturais se fizeram presentes nas músicas tocadas pelos 250 integrantes do Batalhão das Estrelas, nas danças, bonecos cabeçudos e bois. Com alegorias e chapéus ou sem fantasias; dançando ou só assistindo, o público também ajudou a manter a tradição do arraial.



Alguns participantes, como a dona de casa Almerinda dos Santos, de 60 anos, dão depoimentos espontâneos. 'Isso sim que é diversão', diz ela para quem passa. Provocada, revela que já participa há cinco anos, uma forma de reviver os bois bumbás Tira-Fama e Malhadinho, dos quais participava, no bairro do Guamá.
Essa adesão popular e a referência cultural são apontadas por Junior Soares, um dos fundadores e coordenadores do instituto Arraial do Pavulagem, como as principais propostas do trabalho. Ele destaca que desde o início a missão do grupo foi divulgar a cultura paraense e formar platéia.



Hoje, a platéia está posta e o trabalho tem servido de referência para outros. 'Ultrapassamos todos os limites de participação popular. Conseguimos apresentar um trabalho bem feito, sem perder a identidade', avaliou ele, que credita o sucesso à persistência já que o trabalho exige apoio para se manter.
E é a parceria com o Poder Público e com a iniciativa privada que se espera para que o projeto se repita nos próximos anos. Mas ainda este ano haverá mais, pois, o próximo arrastão acontece na véspera do Círio, em outubro.


 


Fonte:


Jornal O Liberal