PT nacional esnoba Lula e aliados no Rio e BH

O presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), comemorou a disposição do deputado Aldo Rebelo (PCdoB) e do Bloco de esquerda para negociar o apoio à candidatura da ex-ministra do Turismo. “Isso fortalece a candidatura da Marta e amplia a nossa mobilização já no primeiro turno, unindo as forças de esquerda”, avaliou.

Caso se concretize, a frente terá o segundo maior tempo de TV na disputa paulistana, depois do latifúndio á disposição do atual prefeito, Gilberto Kassab (DEM). E poderá contar em seu palanque com a cobiçada participação de Lula, que, conforme avisou, só participará em campanhas onde a sua base de apoio esteja unificada.

Rio: Lula encontra Molon hoje

Berzoini disse também que seria “desejável” um acordo entre os partidos no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte. Mas em seguida descartou qualquer possibilidade de revisão do quadro nessas cidades. “Sabemos que o ideal seria uma troca de apoio mais ampla, mas não foi possível trabalhar porque já está tudo muito adiantado”, afirmou.

Referindo-se à pré-candidatura do deputado estadual petista Alessandro Molon, no Rio, Berzoini foi taxativo: “Ele é candidato, venceu a prévia e houve consenso na Executiva de que não havia motivo para alterar isto”, disse.

“O que foi avaliado no debate que fizemos sobre a iniciativa para termos acordo em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte é de que já há uma série de encaminhamentos tomados e a essa seria um prejuízo ao partido retirar a candidatura [de Molon]”, afirmou ainda Berzoini, ao fim do primeiro dia de reunião da CEN.

Lula deve receber Molon nesta sexta-feira (20), em Brasília. Os observadores divergem, contudo, sobre a disposição do presidente para pressionar o pré-candidato no sentido de efetivar a unidade que Lula defendeu nesta terça-feira, em um jantar com dirigentes dos partidos do Bloco. Molon perdeu há duas semanas o apoio do PMDB do governador Sérgio Cabral. Ele aparece nas pesquisas com 2,9% das intenções de voto dos cariocas, contra 15,7% da ex-deputada Jandira Feghali. Jandira aparece em segundo lugar, atrás do senador Marcelo Crivella, do PRB, que figura com 27,6%, também compõe a base do governo federal e tem recebido elogios públicos do presidente.

BH: “Não há razão para alteração”

No caso de Belo Horizonte, a Executiva recusou dois recursos: um para reexaminar o veto à coligação formal com o PSDB e outro para fazer uma intervenção preventiva no Diretório Municipal petista, ambos apresentados por dirigentes do PT mineiro. “Não há razão para intervenção nem para a alteração”, disse Berzoini, argumentando que o cenário continua o mesmo. O reexame do veto foi pedido com base na entrevista ao Jornal do Brasil, em que Lula considerou “um equívoco” o veto da Direção Nacional.

A cúpula do PT nacional aprovou ainda a coligação em Aracaju, tendo como cabeça de chapa o atual prefeito Edvaldo Nogueira, do PCdoB, e incluindo um grande número de legendas, inclusive o PSDB. “Em Aracaju não há discussão de proximidade programática. É apenas uma questão eleitoral local, desvinculada do processo nacional”, explicou Berzoini.

Da redação, com agências