Ano Chico Mendes

O Governo do Acre apóia o Comitê Chico Mendes em diversas ações durante o ano de 2008. Entre elas está a criação de um

Avançar. Esta é a ação proposta por entidades que compõem o Comitê Chico Mendes, instituições parceiras e demais organizações sociais e políticas durante o planejamento estratégico das atividades que serão realizadas durante todo o ano de 2008, instituído pelo Governo do Acre como o Ano Chico Mendes. O debate promovido neste sábado, 15, convergiu para a necessidade de transformar e atualizar o legado deixado pelo sindicalista, sem esquecer as conquistas alcançadas nesses vinte anos após a sua morte.


Cinco eixos temáticos serão desenvolvidos por meio da formação de parcerias, com o intuito de fomentar e fortalecer as políticas públicas voltadas para as comunidades tradicionais além de difundir os ideais de Chico Mendes para a juventude. São eles: educação, meio ambiente, cultura/esporte, políticas públicas e comunicação. A partir de cada um dos temas será elaborada uma programação específica desenvolvida ao longo do ano.



O Governo do Acre apóia o Comitê Chico Mendes em diversas ações durante o ano de 2008. Entre elas está a criação de um selo que lembra os vinte anos da morte de Chico Mendes e que será usado em todos os atos governamentais, além de aumentar  de três para vinte o número de homenageados no Prêmio Chico Mendes de Florestania, outorgado a pessoas ou entidades que colaboram com o ideal do sindicalista.


Elenira Mendes, filha de Chico Mendes, acredita que a convivência com as pessoas que conheceram seu pai é uma forma de estar mais próxima do trabalho desenvolvido por ele. ''Fizemos o bastante, mas ainda não fizemos tudo. Sou jovem, estou aqui para ajudar a fortalecer a luta que meu pai começou, unida com o comitê para perpetuar o ideal deixado por ele. Como ele disse: darás continuidade um dia à luta que teu pai não conseguirá vencer. Cada vez que vejo esta carta me motivo ainda mais'', disse.


A presidente do Comitê Chico Mendes, Júlia Feitosa, explica que o planejamento deverá continuar ao longo do ano com as instituições parceiras, em diversas cidades brasileiras, para reafirmar os compromissos, resgatar a memória e perpetuar os ideais de Chico Mendes.


Novo paradigma – Para a antropóloga Mary Allegretti, a criação do paradigma de que é possível a convivência harmônica entre o homem e a floresta foi a grande conquista que sucedeu a morte de Chico Mendes construída ao longo desses vinte anos. A invisibilidade das comunidades tradicionais foi rompida com o reconhecimento de uma identidade e o papel que desempenham na proteção das florestas, conceito contrário ao existente até então de que, para ser protegido, o meio ambiente deveria ser isolado. ''Conquistamos algo inédito. Agora, precisamos avançar. O primeiro grande desafio do legado deixado por Chico Mendes é promover condições para que estas pessoas possam viver com dignidade dentro das reservas criadas com infra-estrutura, educação, saúde, rentabilidade, qualificação profissional. O segundo desafio é preparar os jovens para continuarem morando dentro da floresta'', avalia Mary Allegretti ressaltando que tanto os governos estaduais quanto federais devem ser mais ágeis na implantação de políticas públicas que viabilizem esses direitos à população tradicionais.



Tecnologia ambiental – Aliar progresso e preservação ambiental é um dos maiores desafios traçados pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e que representa o ideal de Chico Mendes. O resultado é a qualificação do desenvolvimento exigindo uso de soluções tecnológicas que geram baixo índice de agressão ambiental. Esta é a grande meta do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e eixo da política ambiental desenvolvida pela ministra Marina Silva. ''A ministra Marina Silva não é contra o desenvolvimento. Quer apenas qualificá-lo, com alternativas que usem a tecnologia para minimizar os impactos ambientais'', explica o secretário de articulação institucional e cidadania ambiental do MMA, Hamilton Pereira.


 


Fonte: Agência de noticías do Acre