Parlamentar e especialistas saúdam aprovação da TV pública

A aprovação pelo Senado da TV pública, na madrugada desta quarta-feira (12/3), representou uma vitória no caminho da democratização da mídia no Brasil. A opinião é do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB/BA), ao comentar a aprovação da TV Brasil, apó

Daniel Almeida rebateu os argumentos de que a TV Brasil seria a 'TV do Lula'. ''Não tem consistência as acusações da oposição conservadora. A aprovação da TV pública é um avanço, é o início de um caminho a ser construído de uma TV com programação autônoma de governos, com participação nas decisões dos diversos segmentos sociais, que tenha um percentual de programação regional e outros itens da Carta de Brasília, aprovada por várias entidades'', defendeu o deputado.



''A mídia conservadora quer mandar''


 


O diretor geral da RTVE/Bahia, o cineasta Pola Ribeiro, considera a atitude do governo federal de encaminhar a criação da TV pública para votação na Câmara Federal e no Senado uma 'generosidade política'. ''São duas estruturas físicas de TV do Governo Federal (Radiobrás e a RTVE/Rio de Janeiro) que deixam de ser controladas pelo governo. A mídia conservadora fala em 'TV do Lula', porque ela quer mandar na televisão. Essas televisões (Radiobrás e RTVE/Rio) estavam totalmente sob controle do governo federal e o que se faz é tentar transformar essas televisões em públicas. Geridas por um conselho que tem a maioria da sociedade, produção independente e regionalizada'', declarou.
 


Pola Ribeiro também defende que TV pública ainda está em construção e deve ter como base os princípios da Carta de Brasília. ''Vamos buscar dar visibilidade a este Brasil invisível, dar voz as organizações sociais e a população brasileira que não têm participado da discussão sobre televisão. A TV está presente na casa de 95% das pessoas, mas elas não têm ainda a idéia de que estão sendo chamadas a discutir''.


 


Para Ribeiro o debate sobre a comunicação de certa forma foi se restringindo para a TV pública, mas ao mesmo tempo criou subsídios para a realização de uma Cnferência Nacional de Comunicação.


 


O professor Jonicael Cedraz, do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC-BA) considerou que o resultado da votação pode ter a dimensão histórica de mudança dos rumos do rádio e televisão estatal para uma radiodifusão, que sem deixar de ser estatal, pratique sua real natureza pública. ''Antes tarde do que nunca. O governo Lula começa a acertar os pontos com a maioria da sociedade brasileira ao propor que o Legislativo aprove e a sociedade partilhe de um modelo público de comunicação que, além da prática da livre produção social de conteúdos, permite que os brasileiros se construam como cidadãos e cidadãs'', defende Cedraz.


 


De Salvador,


 


Julieta Palmeira.


 


Contribuiu Rodrigo Rangel Jr.